quinta-feira, 1 de abril de 2010

O outro lado que a JUSTIÇA não ouviu- A saga da Fundação Cultural de Campos

Giannino Sossai - jornalista
Reunidos na última terça-feira no auditório da Faculdade de Odontologia de Campos, diretores, professores, funcionários e alunos do UNIFLU/FAFIC e FOC decidiram encaminhar ofício à prefeita Rosinha Garotinho, no sentido de que o pagamento de bolsas de estudos das três instituições mantidas Fundação Cultural de Campos, seja repassado diretamente às instituições em separado, enquanto os destinos da mantenedora estiverem em discussão na Justiça.

A iniciativa foi tomada em função da Fundação Cultural de Campos ter retido os repasses das instituições para pagamento de encargos, em detrimento dos salários de professores e funcionários das unidades que compõem o Centro Universitário Fluminense, medida considerada descabida, pois incluiu também o pagamento dos encargos referentes ao décimo terceiro salário desses trabalhadores, que sequer pôde ser pago por ocasião do repasse.

A moção partiu do professor Eduardo Peixoto, depois de ouvir os relatos dos diretores da FAFIC, Regina Sardinha, e da FOC, Eduardo Amaral, dando ciência das manobras jurídicas impetradas pelo Defensor Público Homero Terra Padilha, ex-presidente da Fundação Cultural de Campos, que culminaram na destituição do presidente empossado pelo Conselho Deliberativo Ivan Machado, que assumiu o cargo em substituição a Paulo Sanguedo, destituído do cargo pelo mesmo Conselho.


Mediante comunicado do Ministério Público Estadual, e acatando arrazoado do defensor Homero Padilha, foi nomeado administrador da Fundação Romualdo Mendes Faria, professor da Faculdade de Direito de Campos, cidadão residente em Itaperuna e desconhecido da comunidade acadêmica das duas outras unidades integradas ao Centro Universitário Fluminense.

O relato apresentado pelos dirigentes provocaram indignação na assembléia, já que a decisão do Ministério Público Estadual foi tomada unilateralmente, apenas levando em conta o relato do impetrante, considerado eivado de erros e inverdades, o que contraria o espírito democrático no qual se calcam as Instituições para levar adiante suas responsabilidades acadêmicas e institucionais, deixando claro que o expediente utilizado induziu a erros o referido Ministério.

Também usaram da palavra na assembléia os professores Joel Melo, Mara Clara Martins, Luiz Antonio Cosmeli Oliveira e Jorge André Sacramento . Todos se manifestaram pelo sentimento de repulsa aos atos arbitrários que marcam a gestão do Reitor Levi Quaresma e sugeriram que nas medidas judiciais a serem interpostas, também se questione junto ao Conselho Nacional de Justiça a compatibilidade para que o mesmo, que também é Procurador de Justiça, acumule os cargos de diretor da FDC e Reitor do Centro Universitário Fluminense.

Tal medida foi sugerida pelos oradores e aprovada pela assembléia, em função de estar em curso “um processo degradador das atribuições acadêmicas das instituições mantidas pela Fundação Cultural de Campos”, segundo o professor Joel Melo, em função de reiteradas e permanentes omissões, tanto dos presidentes anteriores da Fundação como da própria Reitoria do Centro, levando inclusive ao descumprimento de normas e prazos estabelecidos pelo MEC, que só não se concretizaram graças às intervenções administrativas das direções da FAFIC e da FOC.

Também foi aprovada na ocasião a manutenção permanente da assembléia, incluindo atos públicos de protesto, contando também com a participação de integrantes da Faculdade de Direito de Campos, que já manifestaram seu descontentamento com os rumos tortuosos e indecisos, assumidos pela Fundação Cultural de Campos nos últimos anos que tem se deixado dirigir pelo Diretor da FDC/Reitor do Centro Universitário Fluminense.

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