Bracutaia dizia ter parentesco com o Rei do Cangaço e ficou
conhecido pela especialidades das cachaças de cobras, escorpiões e marimbondos.
Faleceu, na sexta-feira, 27, em Campos dos Goytacazes, Bracutaia,
aos 90 anos, no Hospital Ferreira Machado o Bracutaia lenda viva de Gargaú. Segundo Cristiane, filha de Luis de
Souza Gomes - o Bracutaia o corpo do pai está sendo velado no Bar Bracutaia em
Gargaú e o sepultamento será as 16 horas deste sábado, 28, no cemitério de Gargaú.
Quem foi Bracutaia.
Segundo o site bracutaiacultural.blogspot.com.br, Luis de Souza Gomes - o Bracutaia ficou
conhecido nacionalmente, graças ao seu
bar, onde as "especialidades" são as cachaças de cobras, escorpiões,
marimbondos e raízes diversas, também chamadas de "batidas" e que são
nada mais, nada menos que garrafas contendo estas "iguarias"
embebidas em aguardente. E o pior (ou melhor...) é que elas são realmente
degustadas pelos turistas e clientes.
A chegada do Bracutaia à Gargaú remonta aos idos de 1968,
quando fixou residência nesta comunidade, só saindo para um "retiro"
na praia Rasa, em Búzios, após a apreensão pelo Ibama das suas gibóias,
tartarugas e jacarés que criava, fato que lhe gerou grande desgosto. Neste
período, e até hoje, o seu bar em Gargaú é comandado pelo filho chamado de
"Paraíba".
E os turistas de outras cidades e até de outros estados
sempre perguntam e fazem questão de conhecer esta figura ímpar, chamada
Bracutaia, e de quebra ouvir suas folclóricas e lendárias histórias.
Mais sobre Bracutaia.
O jornalista Maurício Barreto, no jornal Contexto Regional,
descreveu muito bem quem foi Bracutaia. Escreveu Maurício:
"O cenário ainda é o mesmo. Um bar rústico em uma
esquina de Gargaú que, nos finais de semana, costuma receber fregueses em busca
de pratos típicos, como camarão, peixe frito e o tradicional caranguejo,
iguaria que é a marca registrada da praia. Mas é um pequeno balcão, na parte
interna do estabelecimento, com garrafas de cachaça curtidas em cobra,
marimbondo, escorpião e ervas que dá a dica aos mais desavisados. Ali é o bar
do Bracutaia, onde mora grande parte do folclore do litoral de São Francisco de
Itabapoana.
Vindo de Pernambuco com fama de ser descendente de
cangaceiros - e até mesmo parente próximo de Lampião - como ele mesmo costumava
afirmar, Luiz de Souza Gomes, o Bratucaia, passou a tocar o estabelecimento
comercial há 45 anos, ficando por 35 à frente dos negócios até ir morar na
Região dos Lagos, há uma década. O período que viveu em Gargaú, porém, foi o
suficiente para o comerciante nordestino se transformar em uma espécie de lenda
naquela praia.
Entre as tantas histórias, a principal delas é que Bracutaia
costumava virar lobisomem. A confirmação desse bizarro hábito vinha da boca do
próprio. “Bracutaia gostava de alimentar a lenda em torno de si. O bar sempre
foi muito visitado devido à fama alcançada por ele e, quando perguntado se era
verdade que virava lobisomem, ele falava que sim”, contava Hugo Queiroz,
lembrando que o parentesco com o Rei do Cangaço também era sempre confirmado.
Aos 86 anos, Bratucaia retornou da Região dos Lagos, onde
mantinha uma barraca na Praia Rasa, em Búzios, e vive hoje em Campos. O famoso
bar é administrado por seu filho, Jorge Rodrigues Gomes, conhecido como
Paraíba, que o mantém com suas características originais. Além das famosas
cachaças curtidas, uma variedade de fotografias, pôsteres e escudos do Botafogo
ajudam a compor o ambiente.
Sobre o episódio que culminou com o afastamento da lendária
figura da praia, Paraíba relata com tristeza. “Meu pai criava uns bichos para
servir de atração para os turistas. Ele não matava os animais e não praticava
maus tratos. Aqui existiam jacarés, tartarugas e outras espécies. Mas a policia
veio aqui para enquadrá-lo por crime ambiental e ele acabou ficando detido por
12 dias. O desgosto fez com que optasse por abandonar Gargaú”.
Hugo Queiroz testemunhou a chegada do comerciante a Gargaú e
o descreve como uma grande figura. “Ele era a atração da praia. Nunca fez mal a
ninguém e sua prisão foi uma injustiça, pois os bichos eram criados na própria
maré, nos fundos de seu bar. Não existia nem cativeiro. Sua fama contribuía também
para divulgar o nome de Gargaú, pois aqui vinha gente de várias cidades e
também equipes de reportagem para conhecer de perto as histórias de Bracutaia”.
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