Semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, chamou a atenção dos investigadores
Miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa (à esquerda
da foto) e o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos (à direita da foto)
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Rio - A semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e do ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, chamou a atenção dos investigadores da Polícia Civil e Federal, que tentam descobrir a motivação por trás da execução de três médicos na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, na madrugada desta quinta-feira (5).
Mais de 30 tiros foram disparados contra os médicos que
morreram após serem baleados em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste,
na madrugada desta quinta-feira (5). Durante a perícia no local, a Polícia
Civil recolheu 33 estojos de munição calibre 9mm. Diego Ralf de Souza Bomfim,
35 anos, era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (Psol) e cunhado do
deputado federal Glauber Braga (Psol).
Os profissionais estavam hospedados no Hotel Windsor para um
congresso internacional de ortopedia. A Polícia realizou ainda uma perícia nos
quartos, onde nada relevante foi encontrado. Apenas os celulares das vítimas
foram apreendidos.
|Na foto, Marcos de Andrade Corsato, 62, Diego Bonfim, 35 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33.
Daniel Sonnewend Proença, 32, está internado em estado regular. Todos, foram
atacados a tiros por criminosos armados que desembarcaram de um veículo branco.
Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais em uma das vítimas que
tentava se refugiar atrás do quiosque.
As investigações do caso estão a cargo da Delegacia de
Homicídios da Capital (DHC) e serão acompanhadas pela Polícia Federal, a mando
do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Durante a apuração dos fatos, já houve uma oitiva formal de
uma testemunha, um turista, que estava no quiosque e viu a ação. Oitiva
informal e intimação de um funcionário do quiosque que presenciou o caso.
Depoimento informal do gerente do Windsor, que confirmou que as vítimas eram
médicas e estavam hospedadas no hotel para o congresso. Além de informar não ter
tido nenhum comportamento anormal das vítimas, nem recepção de visitas ou algo
relacionado.
Além disso, já foram arrecadadas gravações do quiosque que
mostram a ação e foram requisitadas do Hotel Windsor imagens da via pública que
podem ter captado a passagem do carro usado pelos autores.
Por conta do crime, uma coletiva de imprensa foi realizada
na Barra da Tijuca na manhã desta quinta-feira (5) que contou com a presença do
secretário da Polícia Militar, Luiz Henrique Pires, diretor da DGHPP Henrique
Damasceno, secretário da Polícia Civil José Renato Torres, o delegado Polícia
Federal João Paulo Garrido, o presidente da turisRio Sérgio Almeida e a
promotora do MPRJ Adriana Lucas.
O único sobrevivente do ataque, Daniel Sonnewend Proença,
32, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. O estado de
saúde dele é estável.
O ministro da Justiça Flávio Dino afirmou que conversou com
o governador Cláudio Castro sobre o caso e que a Polícia Civil do Rio já
realiza diligências investigatórias. A Polícia Federal também atua na
investigação.
Uma reunião do Secretário Executivo do Ministério da
Justiça, Ricardo Cappelli, será realizada com a direção da PF e com o governo
do Estado do Rio. O ministro, que está a caminho da Bahia, reiterou a
solidariedade aos familiares de todas as vítimas.
"Em face da hipótese de relação com a atuação de dois
parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as
investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências
iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à
deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares", escreveu Dino na rede
social.
O ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha
também se manifestou. Ele se disse !profundamente chocado com a execução dos
médicos de SP no quiosque da Barra da Tijuca, no Rio”. Padilha afirmou que
conhecia o professor Marcos Corsato, devido à faculdade de medicina da USP. E
prestou seus sentimentos à deputada Sâmia Bomfim pela perda do irmão, Diego
Ralf Bonfim, e aos familiares de Perseu Ribeiro Almeida. “Também torço pela
rápida recuperação do médico Daniel Sonnewend Proença", escreveu o
ministro.
"É fundamental que este caso seja investigado com
máxima rigorosidade para que os responsáveis por essa ação sejam devidamente
punidos", declarou Alexandre Padilha.
MPRJ acompanha o caso
O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro,
Luciano Mattos, determinou na manhã desta quinta-feira (5) o imediato
acompanhamento das investigações sobre a morte dos médicos ortopedistas
baleados na madrugada desta quinta-feira (5) em um quiosque na Praia da Barra
da Tijuca, na Zona Oeste da capital.
A determinação foi feita ao Centro de Apoio Operacional das
Promotorias de Justiça de Investigação Penal. Com a livre distribuição para um
promotor de Justiça natural, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
(MPRJ) afirma que passa a acompanhar de perto as investigações conduzidas pela
Polícia Civil.