segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eloá morre e família decide fazer doação de seus órgãos

A família da adolescente Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, vítima do ex-namorado Lindberg Alves, em Santo André, no ABC Paulista, decidiu doar seus órgãos. Segundo médicos do Centro Hospitalar de Santo André, onde sua morte cerebral foi decretada à meia-noite de sábado, o atestado de óbito só será emitido depois que os órgãos serem retirados.

2 comentários:

Anônimo disse...

Todo o conjunto de fatos, que, de alguma forma, circunvolvem o desfecho trágico da menor, é LAMENTÁVEL em todos os sentidos e por todos os modos que se possa ou, se queira, analisar:

- seja a perda da vida humana, por parte da jovem, de uma maneira estúpida e absolutamente injustificável;

- seja das sequelas, físicas, emocionais e psicológicas que, por certo, acompanharão a outra vítima por toda sua vida;

- seja a vida “jogada fora”, por parte do rapaz que, até então, tido como alguém “normal” e “trabalhador”, em um ato insano, transformou-se em um ASSASSINO cruel, por cujos atos poderá acabar sendo condenado a MAIS DE 30 (TRINTA) ANOS DE CADEIA;

- seja das FAMÍLIAS envolvidas, tanto das vítimas, quanto do próprio autor dos fatos, que, por evidente, estão a sofrer, cada uma, evidentemente, na proporcionalidade daquilo que seu ente SOFREU ou FEZ SOFRER;

- seja das consequências NO DIA A DIA de cada um dos parentes, que, no caso daqueles das vítimas, carregarão, consigo, um sentimento eterno de PERDA E REVOLTA e, no caso dos parentes do acusado, à toda certeza, receberão, ainda, POR MUITOS ANOS, a pecha de “família de assassino”, notadamente, por parte do GRUPO SOCIAL no qual se inserem.

Como dito, é LAMENTÁVEL!

Entretanto e, evidentemente, aqui vai minha posição PESSOAL, ao que tudo indica, a “VIDA” da jovem ELOÁ, pela história que a precedia, já fazia antever, a POSSIBILIDADE de algum final “trágico”, se não agora, em algum outro momento futuro, eis que, conforme chegou-nos pelas várias mídias:

1) a jovem, ao que parece, VIVEU MARITALMENTE com o rapaz por cerca de TRÊS ANOS e, considerando que ela contava, agora, com 15 anos de idade, deve ter ido “morar” com ele AOS 12 ou 13 ANOS;

2) o rapaz tem, hoje, 22 ANOS, ou seja, quando foi “viver” com a adolescente, ele deveria ter 19/20 ANOS, isto é, enquanto ele já era um “homem feito”, pelos padrões ocidentais, ela ainda era uma “MENINA”;

3) segundo notícias, o PAI da ELOÁ encontra-se PROCURADO pela polícia, pois, ao que parece, seria SUSPEITO ou ACUSADO de envolvimento em VÁRIOS crimes, dentre eles, HOMICÍDIOS, inclusive sob a natureza de “PISTOLAGEM”;

Assim e, diante de tal “QUADRO” que, repita-se, foi-nos passado pela imprensa, algumas conclusões se fazem forçosas:

1) onde estavam o PAI e a MÃE desta adolescente que, aos 12/13 anos de idade “RESOLVEU” que iria “viver com um homem”, quando tal idade ainda IMPÕE aos PAIS o PODER/DEVER de cuidar, proteger, educar, alimentar, guardar e orientar os filhos?

2) cadê o SENSO DE RESPONSABILIDADE destes pais que, por certo, haveria que conduzí-los no sentido de NEGAREM ou IMPEDIREM tal situação que, mesmo nos dias atuais, ainda se apresenta como algo totalmente esdrúxulo e inaceitável?

3) onde estavam os outros PARENTES, MEMBROS e AMIGOS da família, que, ou CONCORDARAM ou foram CONIVENTES ou foram OMISSOS, diante de tal situaçao completamente IRRESPONSÁVEL?

4) será que NINGUÉM, nem o PAI, nem a MÃE, nem PARENTES, nem AMIGOS da família pensaram, sequer por um minuto, as CONSEQUÊNCIAS que tal situação esdrúxula de “casada”, poderia trazer no FUTURO da adolescente, principalmente no aspecto PSICOLÓGICO-EMOCIONAL?

5) onde estavam todos e, agora, incluo os MEMBROS DA FAMÍLIA DO RAPAZ, que, ao que parece, NÃO SE OPUSERAM a esta “fantasia” de “casamento”, envolvendo, de um lado, uma “menina”, absolutamente DEPENDENTE E DESPREPARADA para a vida e, de outro, um suposto “ADULTO” e, digo, “suposto” porquê, a atitude por ele tomada, de resolver “viver” com uma “criança” é, no mínimo, ESCANDALOSAMENTE IRRESPONSÁVEL;

6) será que NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM pensou no que tal “relação” poderia representar de RUIM para o futuro DE AMBOS? Ou será que todos “sonhavam” em delírios que tal situação transformaria a vida de ambos em um “paraíso”? Será que NINGUÉM imaginou que, um dia, ao menos a ADOLESCENTE cresceria, deixaria de ser menina, tornar-se-ia uma MULHER e, então, acabaria REVENDO tudo o quanto que, antes, pensava ser “correto” e “verdadeiro”?! Será que não passou pela mente de NINGUÉM que o rapaz, ao tomar a “decisão” de ser “marido” de uma “criança” já demonstrava total “desconexão” com a realidade e inegável “desequilíbrio” emocional?! Será que não houve UMA SÓ PESSOA que tenha ANTEVISTO o que, infelizmente, acabou por ocorrer: o ´TERMINO da relação, a INACEITABILIDADE da “REALIDADE” por parte do rapaz(já que isto ele demonstrou desde o momento em que tomou a absurda decisão de ser “marido” de uma “criança”) e, por fim, como forma de “compensação” psicológico-emocional pela “PERDA”, a “DESTRUIÇÃO” do objeto de “culto” e “endeusamento”, que, no caso, era a adolescente??!!

Como demonstra a HISTÓRIA de vida que envolve a ADOLESCENTE e, postos os FATOS fartamente noticiados pela imprensa (mesmo a imprensa “marrom” e sensacionalista), a conclusão a que se chega é uma só: todo o “mundo” psicológico-emocional que envolveu a “vida” de ELOÁ, lamentavelmente, já PRÉ-ANUNCIAVA, se não agora, mas, mesmo em um futuro, uma “tragédia”, de qualquer natureza… infelizmente, esta revelou-se quando, o rapaz, selou a vida da adolescente.

Em verdade, o que ocorreu COM ELA,´em minha opinião, foi apenas o “desaguar” de um CONJUNTO de fatos, eventos e condições ambientais (psicológicas, emocionais, familiares) que, lamentavelmente, “CONDUZIRAM” a vida da adolescente a um fim mais TRÁGICO do que já vinha sendo sua estória.

De nada adianta, por evidente, buscar-se, agora, os responsáveis “históricos” ou “psicológicos” por todo o drama por ela vivido e que, ainda, envolveu outras pessoas e, de alguma forma, ainda, repercutirá, NEGATIVAMENTE, na vida DE MUITAS OUTRAS; entretanto, entendo de todo oportuno tal “imersão” na análise sob ESTE PONTO DE VISTA, que aqui coloco, não, evidentemente, como maneira de se afastar a RESPONSABILIDADE do rapaz, QUE É TOTALMENTE DELE e por isto, TERÁ QUE RESPONDER, mas, sim, como forma de, quem sabe, IDENTIFICARMOS, talvez, em NOSSO PRÓPRIO MEIO, em nossa RUA e, talvez, até, em nosso LAR, algum “resquício” de OMISSÃO ou CONIVÊNCIA com situações que, no futuro, poderão trazer GRAVES ou TRÁGICAS consequências para as pessoas nisto envolvidas.

ACHO QUE VALE A PENA PENSARMOS NISTO! VOCÊS NÃO ACHAM??!!

CARLOS ROBERTO DA SILVA
advogado
Ribeirão Preto - SP

Paulo Noel disse...

Caro Dr. Carlos Roberto. Agradeço o comentário. Tomei a liberdade de postar no Blog e até sugiro que seja debatido por professores e alunos em sala de aula. Paulo Noel.