Até março de 2015 desovas serão acompanhadas pelo Tamar. Biólogo
que atual na Sub-base do Projeto em São Francisco será o entrevistado desta
segunda-feira (1º) no Jornal São Francisco é Notícia.
Trabalho de educação
ambiental do Tamar em soltura pública de filhotes de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) |
Começa nesta segunda-feira, 1º de setembro, e vai até
março de 2015, o período reprodutivo das tartarugas marinhas no Brasil.
Comemorando 35 anos de criação, o Projeto Tamar dará início ao 34º monitoramento
de desovas das tartarugas. E para falar sobre o assunto, a Rádio São Francisco
receberá na segunda-feira (01/09) o biólogo Tiago Leite, responsável pela sub-base
do Tamar em São Francisco de Itabapoana. Ele será o entrevistado do Jornal São
Francisco é Notícia, a partir das 9 horas.
O Projeto Tamar foi criado em 1980, pelo antigo Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal-IBDF, que mais tarde se transformou no
Ibama - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente. Hoje, é reconhecido
internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação
marinha e serve de modelo para outros países, sobretudo porque envolve as
comunidades costeiras diretamente no seu trabalho socioambiental.
Pesquisa, conservação e manejo das cinco espécies de
tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção, é a
principal missão do Tamar, que protege cerca de 1.100km de praias, através de
19 bases de pesquisa e conservação e 11 Centros de Visitantes localizados em
áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais, no litoral
e ilhas oceânicas, em nove estados brasileiros. O Projeto conta com o apoio de
pesquisadores, biólogos, oceanógrafos, estagiários e principalmente da
comunidade, pescadores e turistas.
Na temporada 2013/2014, o Projeto Tamar obteve novos
recordes: 26.199 ninhos protegidos, gerando mais de 2 milhões de filhotes,
levados ao mar em segurança. Isso representa um aumento de 17% em relação à
temporada reprodutiva anterior (2012/2013), o que corresponde a 3 mil ninhos a
mais. Esses resultados se referem à temporada de reprodução no continente e nas
ilhas oceânicas. O balanço é resultado do trabalho realizado através de 18
bases de pesquisa instaladas em áreas prioritárias de desova monitoradas no
litoral de cinco estados brasileiros: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia,
Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
No Rio de Janeiro, o projeto conta com o apoio da Base
Bacia de Campos, que monitora cerca de 105 quilômetros de litoral, nos
munícipios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de
Itabapoana, e liberou um total de 158.807 filhotes na última temporada.
São Francisco de Itabapoana
Tartaruga Cabeçuda (Caretta Caretta) desovando em SFI |
A Sub-base de São Francisco de Itabapoana monitora todo o
litoral sanfranciscano, que vai da foz do rio Paraíba do Sul até a foz do Rio
Itabapoana, em Barra de Itabapoana. Entre 2013 e 2014 foram contabilizados 725
ninhos e liberados 62.215 filhotes em São Francisco.
Em dois pontos específicos, que somam um total de 4
quilômetros, (km 4 e 5 na praia em frente às torres eólicas de Gargaú e km 20 e
21 na praia em frente à comunidade Quilombola de Barrinha) o projeto passou a
deixar os ninhos nos locais de origem, com objetivo de recuperar as áreas de
nidificação das tartarugas. A iniciativa obteve bons resultados.
Entrega de tartaruga-verde (Chelonia mydas)
por pescadores parceiros em Guaxindiba
|
“Nessa temporada o nosso objetivo é manter os ninhos em mais
quatro quilômetros de praia, sendo o Km 28 e parte do 27, próximo à comunidade
de Guriri, e os quilômetros 33 e 34 na praia de Lagoa Doce. Essas áreas serão
marcadas com placas, orientando as pessoas sobre a importância da proteção dos
ninhos e das tartarugas marinhas”, explica Tiago Leite.
Além das atividades de monitoramento e manejo reprodutivo
durante as temporadas de nidificação das tartarugas marinhas, o projeto
desenvolve um trabalho de monitoramento das atividades pesqueiras, onde conta
principalmente com o apoio e parceria dos pescadores.
Ação de educação ambiental
com filho de pescador em
Gargaú
|
“O pescador que captura incidentalmente uma tartaruga
marinha na rede, entra em contato conosco para entregar o animal, em seguida
são coletados todos os dados biológicos, como espécie, comprimento do casco,
largura, peso, etc... O animal recebe um par de anilhas de metal com uma
numeração específica e o endereço do projeto, esta marcação funciona como uma
carteira de identidade do animal. Caso o animal esteja em boas condições de
saúde ele é solto imediatamente, caso contrário é levado para tratamento clinico
veterinário e permanece em reabilitação”, disse.
O projeto também desenvolve um trabalho de educação
ambiental com as comunidades locais, através de oficinas, palestras, atividades
lúdicas, entre outras iniciativas. “Somente no primeiro semestre de 2014 foram
realizadas palestras em cerca de 23 escolas do município de São Francisco”,
conclui o biólogo.
O Projeto Tamar tem como patrocinador oficial a Petrobras,
desde 1983.
Blog do Paulo Noel / Projeto Tamar / Tiago Leite
Fotos: Projeto Tamar
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