Doença normalmente é transmitida por moscas, uso indevido
de seringas e agulhas têm contaminado animais
Brasília (29/9/2014) - Pecuaristas de todo o Brasil
devem evitar o manejo inadequado de seringas e agulhas para que o rebanho não
seja contaminado com a tripanossomose, doença causada por um protozoário e que
apresenta sintomas como perda de peso, fraqueza e podendo até levar o animal à
morte.
Em Minas Gerais, a doença tem afetado vacas leiteiras. A
principal evidência até o momento é devido ao uso inadequado das seringas e
agulhas para a aplicação de ocitocina, hormônio que estimula a produção de
leite. Produtores têm utilizado a mesma seringa e a mesma agulha – que são
descartáveis – em vários animais, o que tem contribuído para a disseminação do
protozoário.
Por isso, de acordo com a responsável pelo Serviço de
Informação Zoosanitária do Departamento de Saúde Animal, Daniela Pacheco
Lacerda, é importante que os produtores se conscientizem e utilizem
corretamente as seringas e as agulhas para evitar a contaminação dos animais,
não somente pela tripanosomose, como também por outras doenças. “A
tripanosomose normalmente é transmitida mecanicamente por vetores hematófagos,
que picam o animal e passam a doença. Nos casos recentes de Minas, as
investigações epidemiológicas indicam que a doença tem sido disseminada pelo
manejo incorreto de seringas e agulhas”, disse.
A tripanosomose é uma doença endêmica no Brasil,
apresentando um aumento de casos esperado nas épocas chuvosas, quando os
vetores – moscas hematófagas – se proliferam. O Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) não considera a doença uma emergência
sanitária. A ocorrência em Minas Gerais também não preocupa o mercado externo.
“Os dados oficiais não indicam um surto generalizado. Trata-se de uma situação
específica, localizada em uma região e em uma determinada categoria de
produção, cujo fator determinante tem sido o uso de práticas sanitárias inadequadas.
A melhor forma de controle e prevenção nesta situação é a conscientização dos
produtores para a correção dessas práticas, utilizando-se seringas e agulhas
estéreis para cada animal, de forma a impedir a transmissão dessa e outras
doenças”, explicou Daniela.
Ascom Mapa
Foto: Clédia
Lopes
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