terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bancários decidiram em assembléia greve por tempo indeterminado


Greve nacional por tempo indeterminado a partir de amanhã, dia 29, quarta-feira.

Foto divulgação: bancários em greve.


Os bancários de Campos se reuniram em assembléia na noite de ontem, atendo indicação do Comando Nacional dos Bancários, onde decidiram pela greve por tempo indeterminado, já que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não respondeu ao ofício enviado na última quinta-feira 23 pelo Comando, cujo prazo venceu ontem, dia 27, para os bancos apresentarem nova proposta à categoria. Participaram cerca de 250 bancários, onde só 5 optaram pela abstençaõ do voto. Diante da negativa, o Comando orientou aos 137 sindicatos de bancários que representa todo o país a rejeitarem, a proposta de 4,29% de reajuste e deflagrarem greve nacional por tempo indeterminado a partir de amanhã, dia 29.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, Rafanele Alves Pereira, o silêncio da Fenaban deixou claro que somente a greve quebrará a intransigência dos bancos. “Não há nenhuma razão para os banqueiros rejeitarem as demandas da categoria. Somente os cinco maiores bancos tiveram R$ 21,3 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre. É um crescimento de 32% na média em relação ao ano passado e uma rentabilidade sobre o patrimônio de 25%, graças entre outras coisas ao aumento da produtividade dos trabalhadores," destacou o líder campista.

De acordo com Rafanele, depois de um mês de negociações, a Fenaban apresentou na quarta-feira passada proposta de reajuste de 4,29% (a inflação dos últimos 12 meses medida pelo INPC), rejeitando as reivindicações de aumento real, valorização dos pisos salariais, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), melhores condições de trabalho e preservação da saúde, principalmente o fim das metas abusivas e do assédio moral, além de medidas que preservem o emprego e protejam a vida.Os bancários defendem um reajuste salarial de 11%, uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil e piso salarial de R$ 2.157, além de um salário-mínimo no tíquete-refeição, na cesta-alimentação e no auxílio creche/babá (R$510), e Participação nos Lucros e Resultados (PLR), tíquete-refeição, auxílio-alimentação e auxílio-creche. O Comando Nacional participou de cinco rodadas de negociação, debatendo todos os temas com disposição para construir uma nova convenção coletiva com contrapartidas aos trabalhadores.
Enquanto isso, os bancos enrolaram e trouxeram argumentos inconsistentes, apostando no impasse e empurrando outra vez a categoria para a greve. Da mesma forma, os bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa, seguiram a mesma intransigência da Fenaban e não avançaram as negociações específicas. Assim, os bancários vão novamente à luta para enfrentar a ganância do sistema financeiro, que trata com descaso seus funcionários e clientes, principais responsáveis por seus lucros astronômicos. Um outro banco é preciso, com as pessoas em primeiro lugar. Campos dos Goytacazes, 28 de setembro de 2010

Nenhum comentário: