sábado, 25 de setembro de 2010

Fogo destrói parte da reserva ecológica de Guaxindiba

Incêndio teria sido criminoso e começado na queima de palha de cana-de-açúcar

Um incêndio que destruiu 20 mil metros quadrados de vegetação da Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba (EEEG), em São Francisco do Itabapoana, na Região Norte Fluminense, uma área equivalente a dois campos de futebol, foi considerado criminoso, afirmou a chefe da unidade, Vânia Maria Coelho. Segundo ela, todos os proprietários com terras no interior e ao entorno da unidade foram comunicados, através de notificação preventiva de incêndio, com base na Lei Estadual 2.049/92, sobre a proibição do uso do fogo em vegetação em todo o Estado do Rio de Janeiro, principalmente em unidade de preservação ambiental.
Vânia afirmou que o fogo iniciou na noite da última quarta-feira (22), com a queima de palha da cana-de-açúcar dentro em uma das propriedades dentro da Estação Ecológica (antiga “Mata do Carvão”), em uma área que será destinada ao reflorestamento da unidade de conservação. “O fogo espalhou pela vegetação de taboa para o lado leste e acabou queimando 20 mil metros quadrados”, disse Vânia, informando que as chamas foram controladas em parte por outros fazendeiros da área e, por sorte, um aterro antigo por cima do brejo acabou “travando” o fogo, não deixando passar para a área de mata.

Vânia esclareceu que o proprietário da terra que provocou o incêndio foi autuado e pode ser multado entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. “Vamos analisar também de que forma esse agricultor vai poder recuperar a área”, comentou a chefe, explicando que outros agricultores ainda têm permissão para exercer as atividades no local, mas com restrições.

Construção de sede da estação deverá reduzir risco de incêndiosDe acordo com Vânia, o incêndio deverá acelerar o processo de construção da sede da EEEG. “Já apresentamos o projeto à Prefeitura de São Francisco, que já doou uma área de 3.600m², aguardando apenas a aprovação da Câmara dos Vereadores. A obra está orçada em R$ 1,5 milhão, dinheiro da compensação ambiental da TermoRio e da Eólica de Gargaú”, disse a chefe, na certeza que se a sede já existisse, a probabilidade de incêndios na área seria bem menor.

A reserva - A EEEG, criada por decreto estadual em 30 de dezembro de 2002, possui área total de 3.200 hectares, sendo 1.260 de mata. Trata-se do último remanescente representativo no Estado do Rio de Janeiro de Floresta Estacional Semidecidual (Mata de Tabuleiro), parte da Mata Atlântica em que as árvores perdem de 20% a 50% das folhas, de acordo com a sazonalidade pluviométrica característica do Norte Fluminense. (Fonte: jornal O Diário )

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