terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Biólogos do projeto TAMAR registram pela primeira vez uma tartaruga de pente desovando no litoral de SFI


"São raras as ocorrências desta espécie utilizando o litoral Norte Fluminense para nidificação", diz TAMAR. 

Na noite de sexta-feira, 13/12,  por volta das 20 horas, foi registrada pela equipe de biólogos da sub base de São Francisco de Itabapoana do Projeto TAMAR, durante o monitoramento noturno, uma tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) desovando no km 20 da praia de Tatagiba.

O  animal de cerca de 1 metro de comprimento de carapaça por 95 centímetros de largura, após avaliação da equipe técnica, aparentemente apresentava estar em ótimo estado de condição de saúde, sem qualquer ferimentos ou vestígios de interação com artefatos de pesca.

Segundo os biólogos do TAMAR, são raras as ocorrências desta espécie utilizando o litoral norte fluminense para nidificação.

"Nas últimas cinco temporadas reprodutivas, foram registrados apenas cinco  ocorrências: quatro desovas na temporada 2011/2012, sendo uma na praia de Tatagiba e três na praia de Barrinha. Apenas uma ocorrência na temporada 2012/2013, com uma desova na praia do Farol", disse. Em nenhuma dessas ocorrências o animal havia sido flagrado durante o processo de desova.

A tartaruga de pente tem a carapaça formada por escamas marrons e amarelas sobrepostas com as escamas marginais em formato serrilhado. Outra característica marcante é o seu bico pontiagudo. O casco pode medir em média 1 m de comprimento e pesar cerca de 150 kg.

"É uma das espécies mais ameaçadas de extinção, principalmente devido à beleza de seu casco, que era muito utilizado na confecção de pentes, utensílios domésticos e acessórios femininos", informa o TAMAR.

Atualmente esta espécie é classificada como criticamente ameaçada segundo a lista do MMA (Ministério do Meio Ambiente) e IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

No Brasil suas principais áreas de reprodução estão situadas no litoral norte da Bahia, porém também desova no litoral norte do estado do Rio Grande do Norte. Embora essas sejam as principais áreas de nidificação, ocasionalmente ocorrem desovas esporádicas em outros estados da região norte e nordeste do país.


Para a base da Bacia de Campos RJ este é um registro extremamente importante, que evidencia e fortalece a importância da área para a nidificação das tartarugas marinhas, e ainda a extrema necessidade de se manter estes ambientes o mais intocado e preservado possível.

Um comentário:

Felipe Online disse...

Devemos apreciar estes momentos da natureza, pois não podemos garantir que nossos netos, bisnetos poderão desfrutar destas belezas.