"São raras as ocorrências desta espécie utilizando o litoral Norte Fluminense para nidificação", diz TAMAR.
Na noite de sexta-feira, 13/12, por volta das 20 horas, foi registrada pela
equipe de biólogos da sub base de São Francisco de Itabapoana do Projeto TAMAR, durante o
monitoramento noturno, uma tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) desovando no km 20 da praia de Tatagiba.
O animal de cerca de 1 metro de comprimento de
carapaça por 95 centímetros de largura, após avaliação da equipe técnica,
aparentemente apresentava estar em ótimo estado de condição de saúde, sem
qualquer ferimentos ou vestígios de interação com artefatos de pesca.
Segundo os biólogos do TAMAR, são raras as
ocorrências desta espécie utilizando o litoral norte fluminense para
nidificação.
"Nas últimas cinco temporadas
reprodutivas, foram registrados apenas cinco ocorrências: quatro desovas na temporada 2011/2012,
sendo uma na praia de Tatagiba e três na praia de Barrinha. Apenas uma
ocorrência na temporada 2012/2013, com uma desova na praia do Farol",
disse. Em nenhuma dessas ocorrências o animal havia sido flagrado durante o
processo de desova.
A tartaruga de pente tem a carapaça formada
por escamas marrons e amarelas sobrepostas com as escamas marginais em formato
serrilhado. Outra característica marcante é o seu bico pontiagudo. O casco pode
medir em média 1 m de comprimento e pesar cerca de 150 kg.
"É uma das espécies mais ameaçadas de
extinção, principalmente devido à beleza de seu casco, que era muito utilizado
na confecção de pentes, utensílios domésticos e acessórios femininos",
informa o TAMAR.
Atualmente esta espécie é classificada como criticamente
ameaçada segundo a lista do MMA (Ministério do Meio Ambiente) e IUCN (União
Internacional para a Conservação da Natureza).
No Brasil suas principais áreas de reprodução
estão situadas no litoral norte da Bahia, porém também desova no litoral norte
do estado do Rio Grande do Norte. Embora essas sejam as principais áreas de
nidificação, ocasionalmente ocorrem desovas esporádicas em outros estados da
região norte e nordeste do país.
Para a base da Bacia de Campos RJ este é um
registro extremamente importante, que evidencia e fortalece a importância da
área para a nidificação das tartarugas marinhas, e ainda a extrema necessidade
de se manter estes ambientes o mais intocado e preservado possível.
Um comentário:
Devemos apreciar estes momentos da natureza, pois não podemos garantir que nossos netos, bisnetos poderão desfrutar destas belezas.
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