sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Fenômeno raro: filhotes albinos de tartarugas marinhas nascem em São Francisco de Itabapoana



Durante a temporada de desova das tartarugas marinhas 2014/2015 na costa de São Francisco de Itabapoana, que iniciou em setembro e vai até março, aconteceu um fenômeno raro: o nascimento de filhotes albinos.

No dia 20 de dezembro de 2014, na Sub-base do Projeto Tamar de São Francisco de Itabapoana, de um ninho de tartaruga-cabeçuda encontrado na Praia do Gargaú, nasceram 118 filhotes sendo 8 albinos.

Os 8 filhotes foram levados à Base do Projeto Tamar de Ubatuba, no Litoral do Estado de São Paulo. Os animais chegaram bem e serão estudados pelos biólogos do Tamar.

Como qualquer outra espécie animal, tartarugas marinhas também podem nascer com albinismo, que é a falta de pigmentação na pele (ausência de cor), causada por fatores genéticos. Geralmente são muito frágeis, e com poucas chances de sobreviver na natureza.

No ciclo de vida das tartarugas marinhas, estima-se que apenas um em cada mil filhotes nascidos sobrevivam até a idade adulta. Isto acontece de forma natural, já que os pequenos filhotes de tartarugas marinhas que nascem com cerca de 10cm de comprimento servem de alimento para uma grande diversidade de animais (caranguejos, polvos, aves marinhas e principalmente os peixes).

No caso dos filhotes albinos esta probabilidade de sobrevivência é ainda menor já que a falta de coloração torna muito fácil sua localização pelos predadores, aumentando as chances de serem comidos logo nos primeiros dias de vida.

Animais albinos têm maiores chances de sobrevivência no caso de espécies que vivem em grandes profundidades no mar ou em cavernas (ambientes com total ausência de luz), ou ainda em ambientes alterados, onde os predadores naturais já não existem mais.

Em cativeiro, sob cuidados especiais, as chances de sobrevivência das tartarugas albinas aumenta. O Tamar em Ubatuba recebeu em 1994 dois filhotes albinos, também nascidos no Norte Fluminense, sendo que um deles chegou a sobreviver por 6 anos. Outros 8 filhotes foram recebidos em 2002, mas nenhum sobreviveu.

O albinismo é um fenômeno muito raro em tartarugas marinhas, e esses filhotes estão no Tamar para estudo.

Criado há 35 anos, o Projeto Tamar é uma cooperação entre o Centro Tamar/ICMBio e a Fundação Pró-Tamar. Tem o patrocínio oficial da Petrobras, através do programa Petrobras Sociambiental, e o apoio do Título de Capitalização Bradesco Pé Quente. Atua em nove estados brasileiros, onde recebe diversos apoios locais.


Em Ubatuba, recebe o apoio da Arcor do Brasil e da Prefeitura Municipal de Ubatuba. Todos os recursos captados são revertidos integralmente para as atividades de conservação das tartarugas marinhas.

Blog do Paulo Noel com informações do Projeto Tamar

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