quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Médico morto a tiros pode ter sido confundido com miliciano da Zona Oeste


 

Semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, chamou a atenção dos investigadores

Miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa (à esquerda da foto) e o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos (à direita da foto)

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Rio - A semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e do ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, chamou a atenção dos investigadores da Polícia Civil e Federal, que tentam descobrir a motivação por trás da execução de três médicos na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, na madrugada desta quinta-feira (5).

 

Mais de 30 tiros foram disparados contra os médicos que morreram após serem baleados em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, na madrugada desta quinta-feira (5). Durante a perícia no local, a Polícia Civil recolheu 33 estojos de munição calibre 9mm. Diego Ralf de Souza Bomfim, 35 anos, era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (Psol) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (Psol).

 

Os profissionais estavam hospedados no Hotel Windsor para um congresso internacional de ortopedia. A Polícia realizou ainda uma perícia nos quartos, onde nada relevante foi encontrado. Apenas os celulares das vítimas foram apreendidos.

 

|Na foto, Marcos de Andrade Corsato, 62, Diego Bonfim, 35 anos,  Perseu Ribeiro Almeida, 33.  


Daniel Sonnewend Proença, 32,  está internado em estado regular. Todos, foram atacados a tiros por criminosos armados que desembarcaram de um veículo branco. Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais em uma das vítimas que tentava se refugiar atrás do quiosque.

 

As investigações do caso estão a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e serão acompanhadas pela Polícia Federal, a mando do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

 

Durante a apuração dos fatos, já houve uma oitiva formal de uma testemunha, um turista, que estava no quiosque e viu a ação. Oitiva informal e intimação de um funcionário do quiosque que presenciou o caso. Depoimento informal do gerente do Windsor, que confirmou que as vítimas eram médicas e estavam hospedadas no hotel para o congresso. Além de informar não ter tido nenhum comportamento anormal das vítimas, nem recepção de visitas ou algo relacionado.

 

Além disso, já foram arrecadadas gravações do quiosque que mostram a ação e foram requisitadas do Hotel Windsor imagens da via pública que podem ter captado a passagem do carro usado pelos autores.

 

Por conta do crime, uma coletiva de imprensa foi realizada na Barra da Tijuca na manhã desta quinta-feira (5) que contou com a presença do secretário da Polícia Militar, Luiz Henrique Pires, diretor da DGHPP Henrique Damasceno, secretário da Polícia Civil José Renato Torres, o delegado Polícia Federal João Paulo Garrido, o presidente da turisRio Sérgio Almeida e a promotora do MPRJ Adriana Lucas.

 

O único sobrevivente do ataque, Daniel Sonnewend Proença, 32, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. O estado de saúde dele é estável.

 

O ministro da Justiça Flávio Dino afirmou que conversou com o governador Cláudio Castro sobre o caso e que a Polícia Civil do Rio já realiza diligências investigatórias. A Polícia Federal também atua na investigação.

 

Uma reunião do Secretário Executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, será realizada com a direção da PF e com o governo do Estado do Rio. O ministro, que está a caminho da Bahia, reiterou a solidariedade aos familiares de todas as vítimas.

 

"Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares", escreveu Dino na rede social.

 

O ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha também se manifestou. Ele se disse !profundamente chocado com a execução dos médicos de SP no quiosque da Barra da Tijuca, no Rio”. Padilha afirmou que conhecia o professor Marcos Corsato, devido à faculdade de medicina da USP. E prestou seus sentimentos à deputada Sâmia Bomfim pela perda do irmão, Diego Ralf Bonfim, e aos familiares de Perseu Ribeiro Almeida. “Também torço pela rápida recuperação do médico Daniel Sonnewend Proença", escreveu o ministro.

 

"É fundamental que este caso seja investigado com máxima rigorosidade para que os responsáveis por essa ação sejam devidamente punidos", declarou Alexandre Padilha.

 

MPRJ acompanha o caso

 

O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, determinou na manhã desta quinta-feira (5) o imediato acompanhamento das investigações sobre a morte dos médicos ortopedistas baleados na madrugada desta quinta-feira (5) em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital.

 

A determinação foi feita ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal. Com a livre distribuição para um promotor de Justiça natural, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) afirma que passa a acompanhar de perto as investigações conduzidas pela Polícia Civil.

Site O Dia