 |
A história de Valdir Barreto de Lima, de 45 anos, no
jornal O Globo, é um retrato do que ocorre no município,
onde mais de 40 por cento dos moradores recebem
Bolsa Família.
|
Vinícius Berto, da redação
Foto: Gustavo Stephan /
Agência O Globo
Esta semana o município de São
Francisco de Itabapoana foi tema de uma reportagem do Jornal O Globo, publicada
na segunda-feira, 01/06, (leia e aqui a reportagem) que mostra o município na
pior posição do ranking da extrema pobreza entre os 92 municípios do Estado do
Rio de Janeiro.
Os números foram divulgados pelo
Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) com base no Censo de 2010 do IBGE e
na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013, também do IBGE.
Segundo o MDS, dos 41.354 moradores de São Francisco, 15,6%, ou seja, 6.452 vivem
na extrema pobreza.
É mais um título ruim para o
município, não bastasse a incomoda posição de São Francisco, que figura há
cerca de 12 anos na penúltima posição no Índice do Desenvolvimento Humano (IDH)
do Estado do Rio de Janeiro.
A matéria de O Globo integra
uma série de reportagens que o jornal vem publicando, intitulada "Os
miseráveis", que mostra como e onde vive quem precisa driblar dificuldades
como desemprego e fome.
Após a publicação de O Globo,
a Inter TV, emissora afiliada à Rede Globo na Região, produziu uma reportagem
sobre o assunto (assista aqui). Tanto no Jornal quanto na TV o dia-a-dia do
machadeiro Almir Alves Pereira, morador na localidade de Valão Seco, ganhou
destaque. Com uma renda de apenas R$ 50 por mês, Almir é o retrato dessa camada
da população que vive na extrema pobreza.
Em resposta à Inter TV, a
Secretaria Municipal de Promoção Social de São Francisco de Itabapoana disse que
está fazendo ações para mudar essa realidade, como a qualificação profissional
de mais de 1.500 cidadãos por cursos do Pronatec, Senai e do Programa Geração
de Trabalho e Renda; além da criação do Balcão de Empregos, em 2013, para
colocar no mercado formal 261 profissionais.
O tema foi pauta na Rádio São Francisco nesta sexta-feira.
O assunto foi abordado na
edição desta sexta-feira, 05-06, do Jornal São Francisco é Notícia, da Rádio
São Francisco. É uma triste realidade? É. Choca? Muito. Está a nossa frente?
Basta percorrer as periferias e zona rural do município.
Foram 10 anos, de 2003 a 2013
como segundo pior IDH do Estado do Rio de Janeiro.
Em 2013, quando todos
aguardavam com expectativa a nova divulgação, eis que o município apareceu
novamente como segundo pior IDH do RJ. Veja aqui a reportagem que o Blog fez na
ocasião. Como o censo demográfico só é feito de 10 em 10 anos, o município vai
figurar até a próxima década como o segundo pior IDH.
Entretanto não é hora de
lamentações; a hora é de arregaçar as mangas e focar nesses problemas sociais.
O Blog reconhece que as ações
enumeradas pela Promoção Social são um avanço. São Francisco nunca viu tantos
cursos de qualificação gratuitos como na atualidade. É seguir nesse caminho e
promover outras ações, apesar de o tempo de resposta ser demorado, devido ao
intervalo de 10 anos das pesquisas do IBGE.
Todas as ações positivas da
atual gestão não apareceram na pesquisa divulgada, afinal os dados do MDS são
relacionados ao Censo de 2010. Entretanto, é preciso melhorar o mapeamento dos
cidadãos em vulnerabilidade social e assisti-los com as mínimas condições para
viver dignamente. Outros cidadãos como Almir Alves Pereira precisam de apoio.
O Blog não vê outra saída a
não ser pelo caminho da educação e geração de renda e empregos. Mas como gerar
empregos se o município não tem indústrias?
Uma boa iniciativa seria a implantação
do Projeto de um Distrito Industrial para atrair empresas para o município.
Aproveitando a Ponte da Integração, a Região de Campo Novo seria um excelente
local para abrigar tal iniciativa. Vale lembrar que a cidade não gera muitos
empregos formais, e isso pesa negativamente para o baixo IDH do município.
O Blog sugere também a criação
de um grupo de trabalho envolvendo Executivo, Legislativo, Ongs, Igrejas e a
sociedade civil organizada para discussão e debate sobre o assunto. Que sejam
traçadas metas e colocadas em prática mais ações. E que esse momento sirva de
reflexão para buscarmos um novo horizonte.