A mata vistoriada apresenta ótimo crescimento para dois anos |
Neste domingo (27/5), foi Dia Nacional da Mata Atlântica.
E em São Francisco de Itabapoana alguns agricultores assistidos pelo Programa
Rio Rural têm de fato o que comemorar. O agricultor Antônio Amaro Ferreira há
dois anos foi beneficiado pelo Rio Rural, da secretaria estadual de
Agricultura, e atualmente colhe com sucesso os frutos dos projetos de
recuperação de mata ciliar e proteção de nascente, implantados com apoio do
programa em sua propriedade.
Aos agricultores que questionam o espaço ocupado pelas
750 árvores florestais e frutíferas, que antes era usado para a lavoura
convencional, ele dá a seguinte resposta: “Não é uma perda, é um benefício para
todos nós. Quando eu vejo alguma notícia sobre desmatamentos e os problemas que
eles provocam, eu penso que estou fazendo minha parte”, diz o produtor,
animado.
Antônio faz parte do grupo de agricultores parceiros do
Rio Rural em todo o Norte Fluminense, que estão executando projetos de
preservação ou recuperação de áres de Mata Atlântica. Apenas na região, são 19
sistemas agroflorestais, 87 proteções de nascentes e 32 recuperações de mata
ciliar, num total aproximado de 140 hectares. Supervisor local da Emater-Rio em
São Francisco de Itabapona e técnico executor do Rio Rural, João Henrique das
Posses diz que se sente recompensado quando vê o resultado do trabalho. “Esse
morro dele estava erodido, os açudes estavam em risco e a nascente estava
fraca. Hoje ver todas essas árvores tão bem encaminhadas dá orgulho e
satisfação”, revela o técnico, que atua na microbacia Fazenda Tipiti, onde fica
o sítio de Antônio.
Os animais passaram a frequentar mais o sítio de Antônio |
O agricultor relembra que quando as mudas foram
plantadas, em abril de 2010, ele precisou irrigar para que nenhuma se perdesse
no inverno, quando a quantidade de chuvas cai muito na região. “Agora elas
estão indo sozinhas, estão grandes, e já posso perceber os resultados: a água
está muito mais farta e a nascente nunca mais ficou fraca. Cheguei a ficar
preocupado numa época seca. O que seria da minha propriedade sem água?”,
indaga.
Consultor de monitoramento do Rio Rural, Walmir Henriques
Macedo diz que outro benefício que já pode ser percebido no local dos projetos
é o aumento da quantidade e variedade de pássaros que visitam o sítio. “Isso é
muito bom para os pássaros e para a própria mata. Eles mesmos disseminam
sementes. Até papagaio está vindo aqui”, explica.
No sítio, de 6,4 hectares, Antônio cultiva de forma
consorciada coco, mamão, goiaba, abóbora, caju, fruta-pão, banana e acerola,
vendidos para hortifrutis da região e para o Rio de Janeiro. “Aqui não precisa
de nenhum adubo, o material que cai das árvores já é muito bom para o solo”,
revela. Além do consórcio de culturas, ele também tem roças de abacaxi e aipim
no sítio e está disposto a participar de novos projetos do Rio Rural.
Incentivo – O Campo de Mudas de São Francisco de
Itabapoana produz mudas de árvores nativas e frutíferas e mantém um programa de
troca de garrafas PET por mudas, durante todo o ano, para moradores do
município. Quem quiser informações pode ligar para o escritório da Emater-Rio
no município. Tel: (22) 2789-5252.
Com informações da Ascom do Rio Rural
Fotos: Flávia Pizelli
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