O período prolongado de estiagem que atinge a região
Norte-Fluminense tem causado perdas financeiras e afetado negativamente os
recursos naturais em São Francisco.
O prefeito Pedrinho Cherene destacou que tem unido
esforços de todas as secretarias municipais,
entre outros órgãos, junto à
Defesa Civil para o enfrentamento da seca na região.
"Embora esteja acontecendo toda essa mobilização
para amenizar os efeitos colaterais da estiagem, a realidade no nosso município
é cada vez mais alarmante, mas
continuaremos ajudando a população a superar esse momento crítico, oferecendo
os recursos necessários", ressaltou.
O Departamento Municipal de Defesa Civil está recebendo
as informações das secretarias e alimentando o Sistema Nacional, informando ao
Estado e à União o que está se passando no município por conseqüência do longo
período de estiagem.
A agricultura e a pecuária, maiores fontes de renda do município,
foram fortemente afetadas em virtude do extenso período de seca.
Só no ano de 2014 os prejuízos da produção de leite
alcançaram 9 milhões de reais. Aproximadamente 2 mil animais morreram,
totalizando cerca de 4 milhões de reais em prejuízo. Para evitar maiores
perdas, parte dos rebanhos teve que ser enviada para corte sem estar totalmente
preparada, reduzindo o preço da arroba.
As produções de cana-de-açúcar e aipim, somadas,
ultrapassaram 15 milhões de reais em prejuízos. A produção de abacaxi teve uma
queda de 15%, totalizando uma diminuição de cerca de 10 milhões de pés, não
tendo sido o prejuízo mensurado em reais.
Na piscicultura, as perdas foram extremamente grandes. Os
reservatórios e açudes foram reduzidos a níveis extremamente críticos, reduzindo
também os níveis de oxigênio na água, que estiveram muito próximos do zero. As
perdas financeiras não puderam ser mensuradas.
O ano de 2015 tem demonstrado estar ainda mais crítico,
sendo esperada, por exemplo, uma diminuição de aproximadamente 50% na produção
de cana-de-açúcar referente à safra 2014/2015, em relação à safra anterior.
Com isso, o número de famílias que tiveram seus modos de
trabalho afetados foi grande, aumentando drasticamente a distribuição de Cestas
Básicas. Membros de aproximadamente 250 famílias ficaram impossibilitados de
exercer suas profissões.
A pecuarista e agricultora Nacíbia Coutinho, da
localidade de Praça João Pessoa foi uma das atingidas pela seca. Com pouco
pasto e já no fim de sua plantação de cana, exclusivamente utilizada para
alimentar seus animais, Nacíbia recorreu à compra de fubá para completar a
ração do gado. “Com essa seca, nós não encontramos pasto para alugar aqui na
região.
Estamos comprando cana e fubá para alimentar o gado, mas
a produção de leite caiu muito. Já tivemos que vender vários animais para arcar
com os custos, mas com o gado magro, o preço da arroba caiu quase pela metade”,
desabafou a pecuarista.
Segundo o subsecretário de Defesa Civil de São Francisco,
Cel. Silas Rocha, o momento do município é crítico. “A previsão é que, se a
situação permanecer inalterada em relação aos índices pluviométricos, ou seja,
sem que chova o suficiente no mês de março, o município poderá decretar
situação de emergência”, frisou.
Ascom-SFI
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