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A alternativa de intervenção ao fenômeno natural foi
apresentada pelo palestrante Eduardo Bulhões, professor da Universidade Federal
Fluminense (UFF), PHD em Geologia Marinha e Impactos Ambientais em Zonas
Costeiras. A proposta, economicamente viável, tem a previsão de custo em torno
de 20 milhões de reais e é ambientalmente sustentável.
"Aplicado às zonas costeiras, esse conceito visa mudar
o paradigma de intervenção na costa direcionando-o à exploração de materiais
naturais e processos ecológicos para projetar soluções de engenharia
ambientalmente equilibradas, na qual a busca para a restauração, recuperação,
refuncionalização, regeneração e conservação de ecossistemas costeiros como
praias e dunas sejam a tônica nas intervenções de defesa do litoral", explicou
Bulhões.
- Sabemos que
combater esse fenômeno é complexo, por isso, estamos dividindo com os
moradores, sociedade civil organizada, instituições ambientais e diversas
autoridades a responsabilidade de buscar uma solução para conter o processo de
erosão costeira que seja viável tecnicamente e financeiramente - disse a
prefeita Carla Machado, que pretende em outras audiências públicas continuar
discutindo o assunto, com a apresentação de outros estudos, levando em
consideração custo benefício e tramitações ambientais e legais.
Segundo Eduardo Bulhões, os impactos positivos da
recuperação artificial do sistema praia-duna estão associados diretamente à
adição de materiais idênticos aos que foram perdidos; aumento da praia
recreativa; restauração e renaturalização do ecossistema costeiro; melhoria e
manutenção da estética da paisagem; praia e duna absorvendo o impacto do mar;
custo significativamente menor e restabelecimento do lençol freático (aquífero
dunas). Já os negativos fazem referência à manutenção mais frequente e dependem
também da característica das areias utilizadas.
A proposta prevê, ainda, recomendações adicionais referentes
à criação de unidade de conservação de uso sustentável e elaboração de plano de
manejo que conste o zoneamento que permita proteção efetiva às dunas; programa
mensal e bimestral de monitoramento do volume de areias no sistema praia-duna;
vincular fontes de recursos para a manutenção periódica das ações de defesa do
litoral; e viabilizar a construção de estruturas leves de acessibilidade sobre
as dunas frontais, tais como rampas ou passarelas suspensas, por exemplo.
A representante da Associação SOS Atafona, Verônica Vieira,
agradeceu o convite para participar da Audiência Pública e declarou que gostou
bastante da proposta apresentada pelo professor Eduardo Bulhões para salvar a
praia. "Precisamos dar uma basta para esse problema. Nosso objetivo é
salvar Atafona que não pode perder mais nada, nem os sonhos e nem os
patrimônios. Nós temos aqui uma história de vida", comentou Verônica.
Participaram da Audiência Pública, o procurador da
República, Bruno de Almeida Ferraz; a defensora pública, Ana Carolina Palma; o
superintendente regional do Inea/Campos, Renê Justen; e a secretária municipal
de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Joice Pedra e demais secretários e
integrantes da administração municipal. O presidente em exercício da Câmara,
Aluízio Siqueira, acompanhado dos demais vereadores; o capitão da Marinha,
Francisco Gonçalves do Nascimento Filho, além de pessoas da comunidade,
marcaram presença no evento.
Fonte: Secom SJB
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