Rio - Preso na última sexta-feira em investigação que apura
desvio de recursos na compra de respiradores para combate ao novo coronavírus,
o ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, firmou um acordo delação de
premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e entregou um conjunto de
provas materiais envolvendo o governador Wilson Witzel no esquema de corrupção.
As informações são da coluna "Radar", no site da revista Veja.
Ainda de acordo com a publicação, o ex-secretário se
comprometeu no acordo em devolver 8,5 milhões de reais aos cofres
públicos. O Ministério Público estadual
(MPRJ) apreendeu a mesma quantia em endereços ligados a Edmar Santos, durante
um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, que levou a prisão do médico
anestesista. Desse total, cerca de 7 milhões estavam em reais e o restante em
dólares americanos, euros e libras esterlinas.
Os agentes só terminaram de contar o valor na madrugada de
sábado. Eles contaram com máquinas de contar cédulas, emprestadas pelo Banco do
Brasil. Um funcionário do banco ficou à disposição para que o valor fosse
depositado em uma conta judicial, mesmo depois do horário do expediente
bancário.
O MPRJ disse ainda que os valores foram entregues
"espontaneamente por um dos investigados, que estava acompanhado de seu
advogado". Na casa de Edmar, em Botafogo, os agentes encontraram cerca de
R$ 5 mil.
Edmar Santos foi preso nas primeiras horas da manhã da
última sexta-feira em seu apartamento em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Ele é
apontado como chefe de uma organização criminosa que desviou 36.922.920,00 dos
cofres públicos do estado durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Depois de ser levado para a Cidade da Polícia, no fim da
manhã, ele foi encaminhado ao Batalhão Prisional Especial (BEP) da Polícia
Militar, em Niterói, na Região Metropolitana do estado. O médico anestesista
deu entrada na unidade já na parte da tarde, onde está sozinho em uma cela.
A PM disse que o isolamento de Edmar, que é tenente-coronel,
"é uma medida de precaução para conter o avanço do novo coronavírus,
conforme está disposto no decreto estadual".
Ainda
segundo a PM, assim como os demais agentes que dão entrada no BEP, Edmar passou
por uma avaliação médica, além de ter sido atendido por um psicólogo e um
dentista. Ele também recebeu atendimento do serviço de assistência social e
religiosa da unidade
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