sexta-feira, 30 de maio de 2008

Globo.com : Ex-governador Garotinho é denunciado por formação de quadrilha armada

Leia também resposta de Garotinho afirmando em seu Blog : Covardia
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho foi denunciado pelo Ministério Público Federal à Justiça Federal por formação de quadrilha. O ex-chefe de Polícia Civil do governo dele, o atual deputado estadual Álvaro Lins, foi preso em flagrante, sob a acusação de lavagem de dinheiro. Outras 14 pessoas - na maioria, policiais - também foram denunciadas por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Nove já estão presas.


Durante as investigações da Polícia Federal, gravações autorizadas pela justiça mostram o deputado Álvaro Lins e o ex-chefe da Polícia Civil, Ricardo Hallak, conversando sobre represálias a um delegado que não queria pagar propina. Hallak se apresentou à polícia na noite desta quinta-feira.

Policiais Federais fizeram buscas e apreenderam documentos na casa dos ex-governadores Garotinho e Rosinha Matheus e na casa do deputado Álvaro Lins, que chefiou a Polícia Civil duas vezes, entre os anos de 2000 e 2006, durante os governos de Garotinho e Rosinha Matheus, mulher de Garotinho.

Lins teria, teoricamente, imunidade parlamentar, mas a Polícia Federal afirma que dispõe de provas, fornecidas pelo Ministério Público, de que ele cometeu flagrante delito de lavagem de dinheiro, porque levaria um padrão de vida muito acima do permitido pelos seus rendimentos.

“O deputado Álvaro Lins tem foro privilegiado e ele foi preso por razão de estar em flagrante por lavagem de dinheiro e foi isso que nos permitiu a realização de sua prisão em flagrante dentro do apartamento dele”, explicou o superintendente da Polícia Federal, delegado Jacinto Caetano.



Garotinho é acusado de facilitar atuação de grupo
Em entrevista coletiva, os procuradores federais explicaram que o ex-governador foi denunciado por garantir politicamente a manutenção do grupo de Lins à frente da Polícia Civil. De acordo com a denúncia, o deputado seria o chefe operacional da quadrilha, que contaria ainda com policiais e 'laranjas'.

Segundo os procuradores, a quadrilha era responsável por dar cobertura à máfia dos caça-níqueis e cobrar propina de delegados em troca de indicação para chefia de delegacias. “Esse chefe era colocado lá com o compromisso de mensalmente fazer um repasse que não só ajudava no enriquecimento destas pessoas da quadrilha, mas até mesmo em campanhas políticas”, afirmou o delegado Jacinto Caetano.

Participação de Garotinho
Na coletiva, os procuradores sustentaram que, sem o apoio e a participação de Garotinho, “a quadrilha não conseguia se manter no poder. Botava quem queria no cargo, mas não há prova de que ele se beneficiava do ilícito. A gente não tem provas de que ele pedia dinheiro, como a gente tem provas de que o Álvaro e Hallak pediam”.
O advogado de Garotinho reagiu: “Ele não é chefe de quadrilha. É um homem de bem. O Garotinho é um político conhecido, não enriqueceu às custas da sua atividade. É um homem que procura sobreviver hoje ainda com uma atividade política, mas também com uma atividade comercial”, disse Sérgio Mazzilo.

O caso agora vai ser analisado pelo Tribunal Regional Federal. Se a denúncia for aceita, os réus vão a julgamento.

Até o final da noite, nove pessoas haviam sido presas pela Polícia Federal. O policial civil Hélio Machado Conceição ainda está foragido
Garotinho se defende em seu Blog do Garotinho
Em defesa da honra
Na data de hoje, minha residência foi alvo de uma diligência de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, sob a absurda acusação de formação de quadrilha armada. Trata-se de uma violência inaceitável, dentro do estado democrático de direito, cujos responsáveis serão, no momento oportuno, devidamente interpelados, uma vez que nenhum crime foi por mim praticado. A acusação baseia-se no fato de alguns policiais terem sido substituídos em determinadas Delegacias para privilegiar um suposto esquema de favorecimento.

A transferência ou substituição de policiais não pode servir para fundamentar uma acusação de crime, pois, se fosse assim, o crime eventualmente praticado por um guarda municipal seria, por sua vez, de responsabilidade do Prefeito.

Neste caso específico, a substituição do policial deveu-se a uma correspondência a mim dirigida pelo Presidente da FIRJAN, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, na qual relatava o fato de uma importante empresa multinacional situada na Baixada Fluminense ter sido vítima de extorsão por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Por sua contundência, acolhi imediatamente a denúncia, adotando a medida administrativa cautelar cabível. Esta atitude é diametralmente oposta à interpretação dada pelos que me acusam, pois destinava-se exatamente a preservar o interesse público.

Reagirei, como sempre, com todas as minhas forças a qualquer tentativa de macular meu nome e minha honra.



Outra resposta no Blog do Garotinho.

Covardia

Terminou a diligência da Polícia Federal em minha residência no Rio. Não foi apreendido nenhum computador, nenhuma quantia em dinheiro, nenhuma arma, apenas uns poucos objetos de uso pessoal e da minha família. Levaram até a agenda do motorista e uma conta de gás da CEG.

A covardia praticada contra minha família não ficará sem resposta. Não há nenhuma prova material de nenhum ilícito que tivesse sido praticado por mim.

É política. Tudo política.

Daqui a pouco, meus advogados vão conceder uma entrevista coletiva e publicarei aqui no blog uma nota contando os detalhes dessa medida covarde, que não tem nenhuma sustentação.

Nenhum comentário: