“Minha filha não tinha respiração espontânea e respirava através de aparelhos. Assim ela viveu 1 ano e 3 meses. Agradeço muito a Deus, por Ele ter posto ela em minha vida”. Depoimento de Fabiana durante entrevista ao Blog do Paulo Noel e à Rádio São Francisco FM .
O carinho da avó e Fabiana com as duas filhas no aniversário de Ana Luiza na UTI neonatal da Beneficência Portuguesa.
“Estou em paz comigo mesmo, pois tenho a consciência tranqüila de que com ajuda dos médicos fiz o possível e o impossível para salvar minha filha.” Esse depoimento é da Fabiana do Rosário Pinheiro Oliveira, moradora da praia de Gargaú em SFI, que durante um ano e três meses esteve ao lado de sua filha Ana Luiza, que viveu todo este período numa UTI neonatal sobrevivendo à custa de aparelhos. “Eu rezava muito quando estava com ela. Pedia muito a Deus que me desse força”, diz Fabiana, que na comemoração do aniversário de um ano reuniu, por poucos instantes na UTI, médicos, enfermeiros e seus familiares. A história de Fabiana comove a todos. No dia 18 de julho de 2007 ela saiu da praia de Gargaú com nove meses de gestação para dar “a luz” a seu bebê. Estava feliz com o nascimento de mais uma filha. Na sala de pré-parto do Hospital Beneficência Portuguesa ao invés da alegria do nascimento da filha por um parto normal, Fabiana começou, na realidade, um drama, segundo ela por omissão médica. “Não quero agora citar nome de nenhum médico. Mas não foi por falta de gritar, de pedir socorro", diz. Só que quando os médicos resolveram atendê-la a criança passou da hora de nascer. “Eu dizia para a equipe de plantão que minha filha estava para nascer. Foi um parto normal forçado, sem dilatação. Pedi a equipe médica que salvasse minha filha fazendo uma cesariana. Eles insistiam dizendo que se tratava de um parto normal. Quando me levaram para a sala de parto e perceberam as complicações começaram, então, a fazer o parto. Só que já era tarde. O bebê nasceu com falta de oxigenação no cérebro, ou seja, nasceu com anoxia", conta Fabiana. A partir daquele instante começou o drama da Fabiana. “Minha filha não tinha respiração espontânea e respirava através de aparelhos. Assim ela viveu 1 ano e 3 meses”, diz. Fabiana relata, ainda, que Ana Luiza se transformou na princesa da UTI . “Foi mimada, ganhava presentes, era amada por todos. Mas infelizmente, pelo fato dela não conseguir sair do respirador, começou a ter outros tipos de complicações. No dia 19 de outubro ela veio a falecer. “Agradeço muito a Deus por ter posto ela em minha vida. Aprendi muito com ela. Agradeço de coração a todos que me apoiaram: médicos, amigos, meus familiares... Todos que oraram por mim”, diz Fabiana com lágrimas nos olhos. Agora seu objetivo é concluir o curso de enfermagem e poder ajudar, nas UTIs dos hospitais, as mães que precisarem dela. “Tenho muito do amor e carinho que aprendi com minha filha para passar para outras mães”, concluiu.
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