sábado, 12 de dezembro de 2009

Lan houses impulsionam acesso à internet no país



Isabela Vieira Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O acesso à internet em centros pagos (lan houses) está associado ao aumento do uso da rede mundial de computadores no país em 75,3% nos últimos três anos, de acordo com pesquisa divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), o levantamento sobre o acesso à internet revelou que, entre 2005 e 2008, os centros públicos foram o segundo lugar mais frequente de uso, atrás dos domicílios e à frente do local de trabalho, superado neste levantamento.Para os pesquisadores, o uso de centros públicos pode estar associado ao perfil socioeconômico dos novos usuários da internet que entre 2005 e 2008, que passaram de 20,9% para 34,8% e estão entre as classes de renda e de escolaridade mais baixas. “Observamos que locais de acesso como as lan houses vêm aumentando muito e que os custos nesses locais são baixos. Então, as pessoas com menor escolaridade e menor rendimento podem ter acesso à internet por esse meio”, afirmou a economista do IBGE Maria Lúcia Vieira.Entre as pessoas que estão na maior faixa de escolaridade (15 ou mais anos), o crescimento de 4,3 pontos percentuais no uso da internet está abaixo do verificado para os usuários sem nenhuma instrução ou com menos de quatro anos de estudo (4,7 pp).O acesso também cresce de acordo com as classes de rendimento, embora entre as pessoas com renda acima de cinco salários mínimos o percentual seja de cerca de 75,6%. Na faixa mais baixa, de até um quarto do salário, o acesso foi de 13%. O grupo entre 15 e 17 anos é o que mais usa essa tecnologia. Quanto à escolaridade, os usuários da internet tem mais de dez anos de estudo e os que não a usam (cerca de 104 milhões de pessoas) têm até 5,5 anos de escolaridade. Desigualdades regionais também são observadas no acesso à internet. As regiões Sudeste (40,3%), Centro-Oeste (39,4%) e Sul (38,7%) apresentam os maiores percentuais de uso, enquanto a Norte (27,5%) e a Nordeste (25,1%) estão em patamar inferior. O acesso atingiu o maior percentual no Distrito Federal (56,1%) e o menor, no Piauí (17,8%).“É justamente lá [Norte e Nordeste], que se acessa mais de centros públicos em vez de usar a internet em casa”, acrescentou Maria Lúcia, ao falar sobre as dificuldades de acesso à rede. “O custo do computador é elevado, o que pode dificultar, além do tipo de conexão, que, para ser banda larga nessa regiões, precisa de mais investimentos.” Além de estar mais disponível para as classes de renda e escolaridade mais baixas, o avanço da internet está associado à qualidade do acesso por banda larga, que duplicou no período para 80,3%.

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