domingo, 28 de outubro de 2007

Ainda sobre o êxodo rural. Opinião do Alan.

Caro Mariano e demais leitores deste blog. A atribuição do êxodo rural à desilução dos governantes não foi dada por mim, Thiago ou o Paulo Noel. É resultante de uma pesquisa. A opinião do sr. Mariano é importante e caberia bem no item 3 da enquete, que obteve 14% dos votos computados. É claro que tal êxodo não é provocado pelo simples fato de uma determinada pessoa ser a governante. Não é a pessoa, individualmente falando, que incentiva a mudança de famílias inteiras aqui, mas sim a falta de perspectiva, a falta de esperança que essa figura é capaz de trazer em suas atitudes e na falta delas. Liderança é influência. Líder que não influencia e que não é capaz de fazer com que as pessoas possam vislumbrar algo de bom no futuro não passa de uma aberração. Em SFI temos várias aberrações políticas. Mas essas eu vou desprezar aqui assim como elas nos desprezam. Prefiro citar líderes que mudaram a realidade de suas cidades. Juscelino Kubitschek em Belo Horizonte e como presidente da República, Jaime Lerner em Curitiba, Sabino em Rio das Ostras, Paulo Maluf em São Paulo e muitos outros que com espírito empreededor elevaram a qualidade de vida em suas cidades e deram orgulho aos seus habitantes. Alguns desses citados lamentavelmente se corromperam e acabaram mortos politicamente, mas o legado deles é inquestionável. Não transfomaram suas cidades num "passe de mágica", como foi referido. Transformaram com muito trabalho, com ousadia e com a certeza de que seus feitos não seriam apagados pela história. Com relação à seca do nordeste, todo mundo sabe que a solução existe e é viável. Falta vontade política, como aqui. É a seca do nordeste que faz jorrar abundância de riqueza nas contas bancárias de muita gente. É a pobreza e a seca intelectual e cultural de uma boa parcela da população de SFI que faz com que muitos ex nada se tornem "reis", cujo reinado atual se faz num trono de sabão azul que em breve se desmanchará. A história lembrará desse período como "os oito anos perdidos". Toda retórica, todo discurso, toda tentativa de amenizar o sentimento de insatisfação e revolta da população com a condução do nosso município é facilmente desmontada com a apresentação de sua majestade, a Realidade. O êxodo continuará existindo enquanto os problemas não forem encarados com a seriedade necessária para solucioná-los. Mas se a coisa for tão complicada a ponto de precisar de mágica... David Copperfield 2008. Um abraço. É sempre muito bom intereagir com vocês.

Um comentário:

lucia disse...

Parabens ao escritor deste artigo.Bem dito e muito bem escrito. Gostei muito. Abraços, Lucia