Com o slogan “Viver é uma grade conquista. Ajude mais pessoas a serem vencedoras”, a campanha do Ministério da Saúde sobre doação de órgãos procura incentivar e conscientizar as famílias para a importância do transplante. Hoje (27), é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos justamente para lembrar que um transplante pode salvar vidas. Diferente de qualquer outra terapêutica médica, o transplante só ocorre com a doação, por isso a importância da participação da população.
No cenário da doação de órgãos
e tecidos, o Brasil se destaca no contexto mundial, principalmente por ter o
maior sistema público de transplantes do mundo. Segundo o Ministério da Saúde,
95% dos procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda
de acordo com a pasta, o país teve o melhor primeiro semestre da história no
número de doadores efetivos de órgãos, tanto em números absolutos quanto na
taxa por milhão de população (pmp).
De acordo com os dados
oficiais do Ministério da Saúde, de janeiro a junho deste ano, 4.672 potenciais
doadores foram notificados, resultando em 1.338 doadores efetivos de órgãos. O
doador potencial é aquele paciente notificado com morte cerebral. Para ele se
tornar um doador efetivo, os órgãos passam por uma triagem com o objetivo de analisar
a aptidão da doação de órgãos do paciente. Além disso, a legislação prevê que a
família decida se vai querer ou não doar os órgãos do familiar.
As doações feitas neste ano
possibilitaram a realização de 12,2 mil transplantes, fazendo com que crescessem
os procedimentos de órgãos mais complexos como pulmão, coração e medula óssea.
Nesse mesmo período, o Brasil alcançou a maior porcentagem de aceitação
familiar, que foi de 58%, superando os demais países da América Latina. Na
Argentina e no Uruguai esses percentuais são de 51% e 47%, respectivamente.
No contexto brasileiro, o
estado do Rio de Janeiro tem tido um papel de destaque nos últimos cinco anos,
desde a criação do Programa Estadual de Transplantes (PET), em 2010. Em todo o
ano de 2010, foram feitas 80 doações. De janeiro a junho deste ano, já foram
220 doações, um aumento de 175%. Segundo o coordenador estadual do programa,
Rodrigo Sarlo, o objetivo é alcançar 300 doações ainda este ano. Ele destacou
que desde a criação do PET, todos os anos foram marcados por recordes de anos
anteriores.
Dois anos e oito meses após
receber um novo fígado, a dona de casa Claudia Ferreira, de 39 anos, moradora
de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, disse que nasceu novamente após a
operação. Por conta do mal funcionamento do órgão, Claudia teve ascite ou
barriga d’água, o que provocou o acúmulo de líquido na região abdominal,
assemelhando-se a uma barriga de grávida.
“Em abril de 2012 comecei a
sentir os sintomas que normalmente acometem pessoas que apresentam problemas no
fígado, muita náusea, uma fraqueza, falta de apetite e então comecei a
apresentar um quadro de gravidez porque a barriga começou a crescer e todos
achavam que eu estava grávida.” Ela conta que quando foi internada, o quadro já
era crítico, “de vida ou morte”. Apesar da gravidade, uma longa cirurgia de
mais de oito horas, deu vida novamente a Claudia.
Meu pai foi um herói
Meu pai foi um herói
Aos 12 anos, a cineasta Ana
Key Kapaz, agora com 28 anos, recebeu a notícia de que precisaria de um
transplante de fígado, após o seu órgão começar a afetar o funcionamento do
pulmão. Ela tinha uma colangite esclerosante auto-imune e tomava remédios desde
os 7 anos de idade, mas era preciso de um novo fígado. Seu pai, Ronald Kapaz,
compatível para a doação, se prontificou a ajudar a filha.
“Meu pai não poderia ser mais
importante na minha vida do que já era, e foi literalmente um herói, dando a
oportunidade”. A operação deu certo e a jovem ficou um semana e meia internada
depois do transplante. Nesse meio tempo, ela fez 13 anos no hospital, que
contou com uma pequena festa, com a presença de familiares e amigos.
Para Ana, o pós-operatório foi
a pior parte porque ela perdeu muito peso, não conseguia se manter ereta e
tinha muita dor. “Tive que me afastar da minha gata de estimação por três meses
e conviver com tubos de oxigênio após o transplante. Foi terrível me separar da
minha gata e foi muito triste ficar de molho em casa longe dela”. (Ag.BR)
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