segunda-feira, 21 de junho de 2010

Governo Federal reconhece situação de emergência em São Francisco em função da seca


Este era o cenário no início do ano. Pastagens secas e redução dos recursos hídricos.


A Situação de Emergência decretada por São Francisco de Itabapoana, em função da seca que o município enfrentou no início do ano, foi reconhecida pelo governo federal. A Secretaria Nacional de Defesa Civil publicou, no último dia 04 de maio, no Diário Oficial da União (DO), a portaria nº 283 reconhecendo o decreto municipal publicado em 25 de fevereiro de 2010. A Situação de Emergência já havia sido homologada pelo governo do estado que também reconheceu os prejuízos principalmente no setor agropecuário.

O decreto municipal de constatação da Situação de Emergência foi fundamentado num levantamento que envolveu diversos setores entre eles, a Emater-Rio, Defesa Civil, secretaria de Agricultura, Procuradoria Geral, secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, entre outros órgãos e associações de classe. Foi um trabalho coordenado pela Defesa Civil Municipal que soube agir rápido e obter os resultados esperados.

Segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, Paulo Sérgio Oliveira Júnior, o levantamento resultou num mapeamento de toda a região afetada e que foi anexado ao documento de Avaliação de Danos (AVADAN), que é uma análise detalhada dos danos provocados pela seca. “Cumprimos com o nosso dever que foi reunir todos os dados e montar o processo de maneira correta para obter os resultados que agora foram alcançados”, explicou Oliveira


Classe Produtora

Para o presidente do Sindicato Rural de São Francisco de Itabapoana, Sigmaringa Reis, é preciso uma intervenção junto às instituições financeiras visando o refinanciamento, prorrogação ou até mesmo anistia de algumas dívidas dos produtores. “É preciso que todos tenham consciência de que tivemos um impacto imediato em alguns setores, em algumas culturas agrícolas, mas ainda teremos muitos reflexos futuros em outras atividades do campo. Houve um desequilíbrio que às vezes não é visível, mas que é sentido na queda da produção e da produtividade”, defendeu Sigmaringa.

O setor canavieiro foi um dos mais atingidos pela seca. A média de vida útil de um canavial é de cinco cortes, ou seja, cinco anos. Mas segundo alguns produtores, muitas lavouras com 4 e até 3 anos, vão ter que ser refeitas gerando mais despesas.

Para o gerente agrícola da Lucahe Agropecuária, Marcos Guimarães, a queda na produção deve atingir a marca de 32 %. Segundo Marcos, o governo federal poderia repetir o pagamento dos subsídios de 2008, quando os produtores receberam em média R$ 5,00 (cinco reais), por tonelada da cana. Trata-se de um valor que foi pago através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é a diferença entre o custo de produção e o valor da comercialização. “Voltar a receber esta subvenção nos ajudaria muito. O governo precisa reconhecer que além da queda na produção ainda vamos enfrentar uma significativa queda no preço por tonelada”, disse Guimarães.

Informações da Ascom-SFI
Fotos: Marcos Lemos

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