Imagem: Google Earth
Vinícius Berto
Uma verdadeira batalha. É dessa forma que pode ser considerado o trabalho de voluntários, bombeiros e funcionários da Estação Ecológica de Guaxindiba. Os focos de incêndio foram controlados, e pelo menos por enquanto as equipes de combate ao fogo podem comemorar após dez dias de intensas atividades na Mata do Carvão, nome popular da Estação.
Trata-se de uma área que possui cerca de 3.260 hectares, e, após longos períodos de desmatamentos, houve uma alteração na mata que, atualmente, distribui-se por uma longa faixa com 1.200 hectares de vegetação com cerca de 5 km de comprimento por aproximadamente 2 km de largura, bem próxima à orla marinha da praia de Guaxindiba. Boa parte da floresta localiza-se em Área de Preservação Permanente por ser cercada naturalmente por recursos hídricos onde se destaca a vegetação de taboa entre os brejos da Floresta e Cobiça.
Após várias entradas na mata, as equipes comandadas por Vânia Coelho, chefe da Estação, conseguiram vencer o fogo que dia após dia ainda resistia. Durante a semana o problema maior encontrado dentro da mata foram três árvores que estavam queimando de pé. Foi um exemplar de Peroba, de aproximadamente um metro e meio de diâmetro e dois de Sapucaia, esses com cerca de três metros e meio de diâmetro. Uma pena, mas para o bem da mata essas árvores tiveram que ser derrubadas.
Em entrevistas à Rádio São Francisco FM durante a semana, Vânia comentou que a derrubada das árvores teve de ser feita em dois dias, já que eles tiveram que voltar ao local com moto serra de maior potência. Ela também contou que durante a trilha foram encontrados animais mortos, como lagartos, preguiças e cobras. Ainda será feito um levantamento da área atingida após quase duas semanas de incêndios. Mas aquela previsão inicial de 50 campos de futebol pode estar errada. O fogo atingiu mais a área da microbacia do Brejo da Cobiça, tipicamente cercada por vegetação de taboa, ou seja, a área de Mata Atlântica, felizmente, foi pouco afetada.
A área atingida deve levar um bom tempo para voltar a ser o que era antes. Nesses incêndios, o fogo não só consume o verde do lugar, mas também anos e anos de preservação ambiental por parte de funcionários, proprietários rurais conscientes e moradores, que com sustentabilidade aprenderam a conviver com a mata. O relato dramático de uma moradora de Nova Belém, comunidade no entorno da Mata do Carvão, comoveu aqui no Blog. E que o episódio sirva de alerta para os que ali ainda teimam em retirar madeira e caçar ilegalmente e queimar a palha de canaviais no entorno da Estação Ecológica. Não se pode mais admitir essas práticas. Aliás, a queima de um canavial foi apontada pela investigação preliminar como a principal causa do incêndio. A seca e os fortes ventos que atingem a região contribuíram para a propagação do fogo.
O Blog parabeniza o trabalho de Vânia Coelho, além de funcionários da Estação, funcionários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, funcionários das brigadas de incêndio do Inea, Corpo de Bombeiros, órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro que cederam helicópteros para os trabalhos, mas acima de tudo aos voluntários, que com dedicação se juntaram às equipes.
Fotos: Inea
Brejos da Foresta e da Península, localizados no interior da Estação Ecológica.
Você sabia por que a Estação é mais conhecida como Mata do Carvão?
Descubra e leia mais sobre o assunto aqui no site do Inea.
Um comentário:
gostaria de agradecer de coraçao a todos que participaram direta ou indiretamente desse arduo trabalho,e muito gratificante saber que felizmente o pior ja passou e agora e esperar que a natureza faça o resto e logico que no que depender de nos que amamos o meio ambiente estaremos sempre prontos dispostos a ajudar,agradeço muito ao blog pela atençao e carinho com que vem tratando do assunto MUITISSIMO OBRIGADO DEUS CONTINUE ILUMINANDO OS SEUS PASSOS, nova belem,01/10/011 /cintia..
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