domingo, 21 de outubro de 2012

Familiares interrompem sepultamento alegando que mulher estava viva


Caso aconteceu no final da tarde deste sábado, em Santa Luzia, zona rural de São Francisco de Itabapoana (RJ)

Foto: Paulo André/Blog do Paulo Noel

Depois de cerca de 10 horas de velório, durante o dia deste sábado, 20, na localidade de Praça João Pessoa, em SFI,   bem na hora no sepultamento, por volta das 17 horas, no Cemitério de Santa Luzia, localidade da zona rural de São Francisco de Itabapoana, familiares de Cremilda Dias Lopes, 79 anos,  decidiram interromper o sepultamento após uma das filhas perceber que a mãe havia aberto um dos olhos, no momento em que a tampa do caixão fora aberta para a última despedida, já próximo à sepultura.

Caixão foi devolvido a funerária.

O coveiro com outros familiares colocaram a mão no corpo da mulher e afirmaram que ela ainda estava "quentinha e sem rigidez cadavérica".

 "Assim, deste jeito eu não vou sepultar", decidiu o coveiro Jorge Moraes Gomes, que teve imediato apoio dos familiares

Se dona Cremilda Dias Lopes estava viva, o que fazer. Foi quando os familiares revolveram a idosa para o interior da Igreja de Santa Luzia e chamaram o resgate da Saúde do Hospital Municipal Manoel Carola.


Familiares aguardam em frente ao Hospital Manoel Carola

A enfermeira campista Verônica da Silva Reis, que, por acaso estava na comunidade, foi solicitada pelos familiares para ajudar a verificar se a dona Cremilda realmente estava viva. Após alguns exames, Verônica disse aos familiares que estava convencida de que a idosa estava viva, com pressão arterial de 5 por 2.

"Ela ainda vive, podem removê-la para o Hospital", afiançou a enfermeira.

Zeladora arruma Igreja de Santa Luzia após velório.
 Foi então que os familiares, já por volta das 20 horas, começaram a retirar as flores de cima do caixão, enquanto a enfermeira se incumbiu de retirar o algodão da boca e do nariz do "cadáver" e o caixão fora devolvido ao serviço  funerário, que aguardava na igreja.

O resgate municipal demorou a chegar ao local, que é de difícil acesso, e veio escoltado por uma viatura policial da PM. No interior do templo católico,  a pedido da família, o corpo de dona Cremilda foi colocado na maca e removido para o Hospital Manoel Carola, por volta das 20h40m, onde duas médicas de plantão, que não quiseram dar entrevista, constataram que Cremilda estava morta, segundo informou o administrador do Hospital Manoel Carola, Eliezer Sarlo.

Por medida de segurança mais duas viaturas da Polícia Militar foram chamadas para frente do hospital, enquanto cerca de 10 familiares aguardavam alguma informação.

Nora.
Enfermeira.
Filha


A PM disse aos familiares que o procedimento seguinte, tendo em vista o ocorrido, seria uma comunicação à 147ª DP  Legal de São Francisco de Itabapoana para registro de um Boletim de Ocorrência do caso, com abertura de inquérito, e, que cabia a Polícia Civil solicitar um rabecão para remoção do corpo para o Instituto Médico Legal.
Atestado de óbito

O atestado de óbito informa a causa da morte: falência múltipla dos órgãos e pneumonia.  






Mais informações

Coveiro Jorge Moraes  se negou
a fazer o sepultamento.
A idosa, que estaria viva minutos antes de ser sepultada em Santa Luzia, deu entrada morta no Hospital Manoel Carola, por volta das 21h15m de ontem a noite, 20-10. No laudo da autópsia será possível saber a causa da morte, além de apontar há quanto tempo que a idosa está morta. Neste domingo, 21, pela manhã, segundo a administradora do Hospital Manoel Carola Kíssila Silveira, o corpo de Dona Cremilda foi removido para o IML em Campos dos Goytacazes.


O Blog apurou com a família de Dona Cremilda que a idosa vivia acamada, devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorrido há cerca de dois anos, e que ao longo desse tempo era cuidada pelos parentes em casa. Há um mês ela contraiu uma forte pneumonia, e desde então foi internada no Hospital Manoel Carola, em Ponto de Cacimbas. Às 05h20 deste sábado foi atestado o óbito. A família ficou desconfiada de que ela poderia estar viva devido ao fato de Dona Cremilda não apresentar rigidez cadavérica, durante o velório, ocorrido em sua residência , em Praça João Pessoa, além do que a família sustenta que o corpo da idosa se manteve em temperatura normal, indicando que ela poderia estar viva. Um familiar ouvido pelo Blog disse que sentiu os batimentos cardíacos em ritmo lento.