Iniciativa pretende mapear possíveis casos de zika vírus
para estudar sua relação com as sequelas em bebês
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro publica
esta semana uma resolução estadual que torna obrigatória e imediata a
notificação de casos de gestantes com manchas vermelhas na pele. Independente
da idade gestacional da mulher, esses casos devem ser notificados em até 24
horas. A notificação poderá ser feita através de telefone, email e formulário
online e vale tanto para o setor público, como privado, desde postos de saúde,
hospitais, clínicas da família até consultórios médicos e secretarias municipais
de saúde. A SES prepara ainda uma campanha de prevenção e combate a focos do
mosquito Aedes Aegypti.
A medida visa traçar o mapa epidemiológico do estado para
melhor analisar casos de Zika vírus e uma eventual relação entre a doença e o
nascimento de bebês com microcefalia e, assim, auxiliar em políticas públicas
de vigilância para preveni-los. Importante ressaltar, no entanto, que o manejo
clínico para o tratamento de Zika, assim como para fetos ou recém-nascidos com
microcefalia, segue sem alterações, seguindo o já preconizado pelo Ministério
da Saúde.
Na semana passada, o Ministério da Saúde decretou Estado
de Emergência em Saúde Pública após perceber um aumento dos casos de
microcefalia no Nordeste do Brasil. A Secretaria de Estado de Saúde RJ também
levou em consideração que em alguns casos de microcefalia investigados nesses
estados havia relato de manchas vermelhas na pele das mães durante a gestação.
Esse fato pode estar associado a diversas condições clínicas, incluindo doenças
infecciosas. Portanto, a necessidade de estabelecer um protocolo de vigilância
e adotar medidas de prevenção e controle.
Como notificar - A notificação deve ser feita por
profissionais de saúde em até 24 horas após identificação de gestantes que
tenham apresentado relato de manchas vermelhas pelo corpo, independente da
idade gestacional. Para notificar basta enviar um email para o endereço
notifica@saude.rj.gov.br , ligar para os telefones (21) 2333-3993, (21) 2333-3996, (21)
98596-6553 ou preencher o formulário online disponível no sites
www.riocomsaude.com.br/exantema,
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=23642.
O que é o zika vírus - O Zika vírus foi descoberto na
década de 1940 e Uganda e identificado nas Américas apenas no ano passado. A
doença é transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, e causa
febre, manchas pelo corpo, coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas
articulações. O tratamento é hidratação, medicamentos para os sintomas e
geralmente o paciente fica curado entre quatro e cinco dias. No entanto, por
ser uma doença nova, sem muitos registros na literatura médica, não há até o momento
evidências científicas que comprovem a relação entre o vírus em gestantes e o
nascimento de crianças com microcefalia. Por isso, fundamental, por precaução,
que mulheres grávidas reforcem medidas de proteção individual, como o uso de
repelentes e evitar exposição em locais e períodos de maior atividade do
mosquito.
O que é microcefalia - A microcefalia é uma condição rara
em que o bebê nasce com o crânio menor que o tamanho normal. Na maioria dos
casos, é resultado de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez,
como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus, além de abuso de álcool, drogas e
em síndromes genéticas como a síndrome de down. Em 90% dos casos, a
microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico,
psíquico e/ou motor. Não há como reverter a microcefalia, mas é possível
melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança.
Formas de prevenção - O Zika virus é transmitido pelo
mesmo mosquito que transmite a dengue e a Chikungunya. Portanto, a forma mais
eficaz de se prevenir é combatendo o Aedes aegypti, diminuindo ao máximo o
número de focos. Medidas como armazenar lixo em sacos plásticos fechados;
manter a caixa d’água completamente vedada; não deixar água acumulada em calhas
e coletores de águas pluviais; recolher recipientes que possam ser
reservatórios de água parada, como garrafas, galões, baldes e pneus,
conservando-os guardados e ou tampados; encher com areia os pratinhos dos vasos
de plantas e tratar água de piscinas e espelhos d’água com cloro são ações
importantes que ajudam a evitar a disseminação do vírus transmissor da doença.
Outro cuidado fundamental é a proteção individual de gestantes, com o uso de
repelentes, de roupas que previnam o contato com o mosquito e de evitar
exposição durante a manhã e final da tarde, períodos em que o Aedes aegypti
costuma atacar as vítimas.
Núcleo de Imprensa do RJ
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