domingo, 17 de maio de 2009

Reitora da Universo: Cinquenta milhões de brasileiros são analfabetos absolutos e analfabetos funcionais

O Blog do Paulo Noel em Niterói na cobertura da Conferência Distrital do Rotary Internacional

"O sujeito que lê e escreve é uma pessoa mais participativa socialmente e mais responsável, apresentando uma percepção mais aguda do sentido da vida"

O rotarianos e visitantes atentos à palestra da magnífica reitora da Universo - professora Marlene Salgado de Oliveira.
Autoridades rotárias observam da "mesa principal" a palestrante.
Palestrante muito aplaudida, recebe os parabéns dos presentes.
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A reitora da Universo - Universidade Salgado de Oliveira - professora Marlene Salgado de Oliveira, disse em palestra proferida ontem, 16-05, na Conferência Distrital do Rotary Internacional na Casa da Amizade de Niterói que 50 milhões de brasileiros são analfabetos absolutos e analfabetos funcionais. O tema da palestra de Marlene Salgado foi “Alfabetização, educação e redução da mortalidade infantil”. Na opinião da reitora a escola está falida porque, dentre outros fatores, as crianças de hoje xingam os professores, batem nos professores... “É preciso uma conscientização de todos, educação é responsabilidade nossa. Não vamos responsabilizar os governos. A família tem que estar junto ao processo educacional. Toda a comunidade escolar tem que participar”, disse. A palestrante defende que as políticas educacionais têm que estarem voltadas para a educação infantil. “Esqueceram a educação infantil, que é a mola principal de todo o processo”, enfatizou. Para a reitora estão jogando as crianças na sarjeta e muitas delas não têm para onde ir. “Os pais precisam trabalhar e onde colocar as crianças? Quando surge este questionamento vêm os políticos com projetos: vamos construir uma creche. Mas sem nenhuma orientação pedagógica. E aí surge o horror que está acontecendo com as crianças. Deixam as crianças ao seu bel prazer”, diz. Na outra ponta Marlene Salgado lembrou a situação dos professores. “Temos professores mal pagos que recebem menos que uma empregada doméstica. Já vi professores entrando em fila para comer a merenda no vigésimo segundo dia do mês, porque não tem mais dinheiro do salário para pagar sequer a passagem”, revela. Segundo a palestrante, não adiantam congressos enquanto não se resolver a situação dos professores. “E como termos professores qualificados?”, indaga. Para ela não basta qualificar os professores da educação infantil, mas, sobretudo, valoriza-los. Numa visita à Câmara Municipal de São Gonçalo, a reitora, ao falar aos vereadores, exibiu imagens de crianças que passam fome na África e Índia. “Coloquei imagens bem forte e falei para os vereadores de São Gonçalo: pensem ali o retrato do seu filho, seu neto. Veja qual seria seu comportamento para ser realmente um autêntico legislador brasileiro”, pontuou. Sobre a internet, a reitora afirmou que é uma maravilha, mas é preciso que os pais estejam atentos ao que as crianças estão acessando. Sobre o sistema de cotas nas universidades: “Sou contra cotas. Estamos criando um fosso no Brasil, entre negros, branco e índios. Quero ensino de qualidade para todos, com igualdade", opina. Ao final da palestra a conferencista citou pensamento de Gabriela Mistral (poetisa chilena): “Cometemos muitos erros e muitas faltas, mas nosso maior crime é abandonar as crianças, negligenciar a fonte de vida”. E conclui: "Muitas coisas que necessitamos podem esperar; a criança não. Este é o tempo em que seus ossos estão se formando, seu sangue está sendo feito e seus sentidos estão se desenvolvendo". Para Marlene Salgado de Oliveira, dar a volta por cima não deve ser encarada como um "amanhã; seu nome é hoje!”

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