quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caso Julio Igresias: Adolescente foge a poucas horas do tão esperado reencontro



A mãe de Julio Igresias foi atendida no Rio de Janeiro pela conselheira Vânia Silva, do Conselho Tutelar da Zona Sul, em Laranjeiras

Vinícius Berto, do Rio de Janeiro
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Tudo estava preparado para um final feliz. Uma mãe ansiosa para reencontrar o filho desaparecido, a confirmação de que o menino estava sob a responsabilidade do Conselho Tutelar das Laranjeiras, e de repente o inimaginável acontece. O adolescente Julio Igresias Gabi Barroso (foto), 14 anos, que havia fugido de casa há 28 dias em Praça João Pessoa, 3º Distrito de São Francisco de Itabapoana, momentos antes de ser entregue à mãe, foge do Centro de Recepção do Taiguara, próximo ao Conselho, no Rio de Janeiro. Para a família, nós do Blog e da Rádio ficou o sentimento de frustração em saber que caminhávamos para a direção certa, e agora foi como voltar à estaca zero.

A reportagem do blog acompanhou a viagem da mãe de Júlio, a secretária doméstica Margareth Gabi Barroso. Na metade do trajeto dos 350 km entre São Francisco de Itabapoana e Rio de Janeiro chegou a notícia da fuga do menino, por volta das 16 horas. Mesmo assim Margareth quis continuar a viagem, ainda na esperança de encontrar o filho, além de querer ouvir as explicações do Conselho Tutelar. A Administração Municipal, que cedeu um veículo para levar a mãe, determinou o seguimento da viagem.

Na chegada ao Conselho Tutelar da Zona Zul, nas Laranjeiras, às 19 horas, a conselheira Vânia Silva disse que o procedimento adotado foi encaminhar o menino para o abrigo, e aguardar a chegada da mãe. “Em um momento de distração do porteiro do Centro de Recepção o menino fugiu. Não tivemos culpa, pois não podemos impedir o ir e vir dos adolescentes. Esse menino já havia passado pelo Conselho Tutelar no final do mês passado, e na ocasião também havia fugido. Ele está muito rebelde, e quando falamos que a mãe estava vindo apanhá-lo, afirmou que não queria voltar, ‘pois o avô o espancava e o obrigava a trabalhar na lavoura’. Julio está muito debilitado emocionalmente e chora muito”, contou Vânia.

A mãe nega todas as informações do menino. “Não sei de onde ele inventou isso. O meu pai não bate nele, muito pelo contrário, o meu pai é de conversar”, conta a mãe. O menino morava com o avô, e agora Margareth quer chamá-lo para morarem juntos. A dona de casa tem outros dois filhos, mas assim como Julio, não moram com ela.

Perguntada sobre o porquê de não acionar a Polícia Civil para custodiar o jovem até a chegada da mãe, já que havia o risco de uma nova fuga, e também pelo fato de a família ter registrado boletim de ocorrência do desaparecimento do menino na 147ª DP, Vânia disse que a Polícia Civil só age em caso de infração ou crime.

Mãe vai continuar no Rio nesta quinta

A conselheira tutelar Vânia, após dar as explicações à mãe e conversar com a reportagem do blog, ligou para todas as delegacias da capital para informar o caso, e providenciou um abrigo no centro do Rio para Margareth passar a noite. Ela se comprometeu em levar a doméstica até a FIA, Fundação para a Infância e Adolescência, nesta quinta-feira (13), para registrar o desaparecimento e entregar uma foto do menino para que seja ampliada e distribuída por todas os órgãos públicos do Rio de Janeiro. O blog sugeriu também uma visita às emissoras de TV da capital para divulgação da imagem do adolescente, no intuito de facilitar a localização.

A família enfrenta sérios problemas de relacionamento, de que natureza e nível somente os especialistas (conselheiros tutelares, assistentes sociais e psicólogos) podem avaliar. Mas também fica visível que houve um descuido para o caso. De quem foi a responsabilidade para a escapada do adolescente? Talvez a Promotoria da Infância e Juventude, além do próprio Juizado teriam a resposta. Sinceramente, situações como essa não podem voltar a se repetir. Tudo bem que essa criança não queira voltar. Entretanto, deixaram escapar a chance da família se retratar dos possíveis erros e reconquistar a confiança de um adolescente rebelde. Foi angustiante acompanhar tudo isso sem um final feliz. E saber que esse menino continua perambulando pela segunda maior metrópole do país.


Antes da viagem, em entrevista à Rádio São Francisco, Margareth, acompanhada de um irmão, era só alegria aguardando o encontro com filho que acabou não acontecendo

3 comentários:

Anônimo disse...

O FATO DE PREFERIR MORAR NA RUA DO QUE VOLTAR AO AMBIENTE FAMILIAR POR SI SÓ JÁ SUGERE ALGUMA ANOMALIA.

Anônimo disse...

É por isso que muitos jovens entram na criminalidade.... Tudo parte da falta de base na família. Espero que ele tenha uma boa cabeça e não procure atividades ilícitas... Qto aos responsáveis, cabe agora correr atrás do "prejuízo". No lugar deste jovem, sabendo que voltaria a sofrer maus tratos, eu faria a mesma coisa. Esta é minha opnião. Abraços

Anônimo disse...

PAULO NOEL ,VALEU SEU ALERTA COM RELAÇÃO A CURVA DA MORTE PRÓXIMO A RUA DO DIL, A ENTRANSFI SINALIZOU O QUEBRA MOLAS O QUE MELHOROU BASTANTE O TRANSITO NESTA RODOVIA OBRIGADO POIS NÃO E HABITO DO PESSOAL,AGRADECER NADA QUE SE FAZ PELO MUNICIPIO MAIS UMA VEZ OBRIGADO.