segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eike quer fábrica da Apple no Porto do Açu

Empresário diz estar negociando com duas empresas asiáticas que já produzem para a gigante americana

Eduardo Kattah, de O Estado de S.Paulo (Foto: Tasso Marcelo/AE)

O empresário Eike Batista, do Grupo EBX, confirmou na quinta-feira,18, que negocia a instalação no Brasil de uma montadora de produtos da Apple. Eike disse ao Estado que já iniciou conversas com dois grupos que fazem na Ásia a montagem de aparelhos da empresa de tecnologia americana. A ideia é que a montadora seja instalada no complexo do Porto do Açu, da LLX, empresa de logística da holding, em São João da Barra, no litoral norte do Rio.

Caso tenha sucesso a negociação inicial, haverá a necessidade de aprovação do projeto por parte da Apple, explicou o empresário. "Sim, sim, a gente quer trazer. Por que a gente (no Brasil) tem de pagar duas vezes e meia o preço de um iPad?", afirmou Eike, que na terça-feira já havia tocado no assunto ao responder dois seguidores no Twitter. "Nós merecemos. Estou me esforçando para isso, sim." Os nomes das montadoras não foram informados e nem a estimativa de investimento necessário para a implantação do projeto.

Ícone da inovação no mundo digital, a Apple possui escritório de representação no Brasil, mas não fabrica no País nenhum de seus produtos. "Estou abordando as empresas que fazem essa montagem na Ásia. Não é a Apple, a Apple tem de aprovar depois. Você fala com as empresas que montam esses aparelhos para a Apple. Então, a conversa é com dois grupos. Estamos procedendo nessas conversas."

A intenção de Eike é que a montadora de equipamentos tecnológicos seja a cereja do complexo industrial do chamado Superporto do Açu. Anunciado pela EBX como o maior investimento de infraestrutura portuária da América Latina - em torno de R$ 4,3 bilhões -, a previsão é que o empreendimento entre em operação em 2012, contando com complexo industrial contíguo com área de 90 km².

A expectativa da LLX é que sejam atraídos cerca de US$ 36 bilhões em investimentos. A empresa de logística do grupo possui aproximadamente 60 memorandos de entendimento assinados ou em negociação com empresas e indústrias que querem se instalar ou movimentar cargas no complexo.

Vale do Silício - "O importante é que o Açu, na área que a gente chama de Vale do Silício do Açu, comporta trazer esse tipo de empresa. Até porque o porto também vai ter um aeroporto alfandegário. Esses componentes eletrônicos podem vir de avião, não necessariamente de navio", ressaltou Eike. "O aeroporto alfandegário vai permitir fazer a parte de maior valor agregado, tecnológica, para o complexo do Açu. É o creme da cereja aí."

O empresário é apontado pela revista Forbes como o oitavo mais rico do mundo, com fortuna estimada em US$ 27 bilhões.

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