Servidores da Justiça Eleitoral iniciaram hoje (4), em
vários estados, uma greve de 48 horas para pressionar o Congresso Nacional a
aprovar o novo plano de carreira da categoria, que está sem reajuste de
salários desde 2003.
O movimento ocorre na véspera do fim do prazo para
registro de candidaturas a prefeito e a vereador nas eleições de outubro deste
ano, o que poderá prejudicar os que deixaram essa providência para os últimos
dias.
De acordo com o Sindicato dos Servidores do Poder
Judiciário Federal (Sinjufego), em Goiás, a paralisação já atingiu 109 dos 120
cartórios eleitorais do estado. No Distrito Federal, onde não haverá eleições
em outubro, a o Tribunal Regional Eleitoral informou que não há paralisação e
que tudo funciona normalmente.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu a
existência do movimento grevista e informou que fará um balanço da situação
ainda hoje.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores da Justiça
Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), a greve está ocorrendo, com
intensidades diversas, em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas,
no Piauí, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Acre e
Tocantins. Na Paraíba, os servidores do TRE decidem nesta tarde se param os
trabalhos da Justiça Eleitoral.
Os servidores lutam pela aprovação do Projeto de Lei
6613/2009, na esperança de reestruturação do plano de carreiras e de reposição
de perdas inflacionárias. A idéia é que as manifestações e protestos ocorram em
frente aos cartórios eleitorais até amanhã (5), data-limite para registro de
candidaturas às eleições deste ano.
O presidente do Sinjufego, João Batista Morais Vieira,
disse à Agência Brasil, por telefone, que, em reunião hoje de manhã no TRE, o
presidente do tribunal, desembargador Gilberto Matos Filho, informou que as
negociações com o governo federal e o Congresso “não são muito favoráveis aos
servidores". De acordo com o sindicalista, o desembargador disse que o
jogo está sendo muito duro, pois eles [servidores] foram transformados "em
bodes expiatórios de todos os problemas do serviço público".
“O que nós queremos é apenas a reposição das perdas com a
inflação, pois estamos há oito anos sem reajuste, já que o plano de carreira
atualmente em vigor é de 2004. Nesse período, a reposição chega a 53%, Quando
sair, já estará defasada”, afirmou João Batista.
Segundo Batista, o projeto de lei para corrigir a
situação está parado há dois anos na Comissão de Finanças e Tributação da
Câmara dos Deputados e, por isso, os servidores estão fazendo a greve de 48
horas na tentativa de abrir um canal de negociação com o governo e o Congresso.
Se não forem atendidos, disse ele, a greve poderá se transformar em uma
paralisação por tempo indeterminado e causar problemas para a realização das
eleições deste ano. (Fonte: Ag. Br )
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