Irrigação de lavouras, construção
de barragens, abertura de comportas e abertura de tanques nas propriedades
foram os assuntos mais debatidos.
Abertura ou fechamento de comportas dos canais que cortam o município de São Francisco de Itabapoana, construção de barragens, utilização de máquinas para abertura de tanques nas propriedades, irrigação das lavouras e a seca que assola o município sanfranciscano, estes foram alguns dos temas debatidos durante cerca de três horas de reunião no Salão de festas do Edimário na localidade de Macuco de São Francisco de Paula, evento organizado pela Associação de Moradores e Produtores Rurais de Macuco de São Francisco, Ampamac, na tarde desta terça-feira, 24-02.
Marcada para as 16 horas, a reunião começou com a execução do hino Nacional, prestigiada por cerca de 150
produtores.
Após composição da mesa principal com participação de representantes dos órgãos ambientais do Estado do Rio de Janeiro, do Inea – Instituto do Meio Ambiente, da Emater-Rio, da prefeitura Municipal de São Francisco de Itabapoana, do Legislativo Municipal e da Estação Ecológica de Guaxindiba, foi franqueada a palavra aos produtores.
Após composição da mesa principal com participação de representantes dos órgãos ambientais do Estado do Rio de Janeiro, do Inea – Instituto do Meio Ambiente, da Emater-Rio, da prefeitura Municipal de São Francisco de Itabapoana, do Legislativo Municipal e da Estação Ecológica de Guaxindiba, foi franqueada a palavra aos produtores.
Renato Machado, o Renato de Alfeu,
produtor rural de Morro Alegre, questionou o Inea, a burocracia e a
fiscalização rigorosa nos produtores rurais. Sugeriu a construção de uma
barragem nos canais que desaguam no Oceano Atlântico. “Essa água que vai para o
mar poderia ser muito bem aproveitada na irrigação das lavouras”, diz
O representante do Inea – Instituto
Estadual do Ambiente Charles Cardoso Balbi disse, com relação a construção de
barragens, que é uma atividade conservacionista. “O Inea jamais proibiu. Na
verdade é permitido. Porém, para se
fazer é necessário a elaboração de um projeto junto com a prefeitura
municipal do Município.
Com relação a irrigação de
lavouras, segundo Charles Cardoso cabe ao Inea o gerenciamento.
“A irrigação não está proibida. Mas
é necessário um bom senso, pois estamos num momento crítico de falta d’água. A
lavoura é importante, entretanto mais importante é o consumo humano e dos
animais. Será que vai ter água para todos se não houver um gerenciamento deste
momento de crise?”, indagou.
“O órgão ambiental tem a função de
regularizar e tudo tem que ser feito através de um processo técnico. O caminho
é procurar a prefeitura Municipal cujo prefeito, vendo a necessidade fará
contato com o Inea”, disse.
O vice prefeito Amaro Barros, o Amarinho
de Buena, disse que vai agendar uma reunião do prefeito Pedrinho Cherene com os
produtores, o mais rápido possível.
“Vocês podem contar com o apoio da
prefeitura. Para abertura de tanques, podem procurar a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente que vai até a propriedade para análise e com autorização do Inea,
executa o serviço com auxílio de máquinas”, explicou.
Segundo o vice prefeito, que também
é produtor, os produtores de SFI são sofredores e, justificou a ausência do
prefeito Pedrinho Cherene informando que estava em uma audiência.
O vereador Alexandre Barrão,
representando o Legislativo, lembrou que com o fim do recesso parlamentar e com
a eleição das comissões permanentes do Legislativo Municipal, nem todos os
vereadores puderam participar, mas que a Câmara Municipal está à disposição dos
produtores nesta luta.
Representando a Estação Ecológica
de Guaxindiba, compareceu Amanda que falou da importância da preservação
ambiental. O representante da Emater, Marcelo, apresentou aos produtores os
programas que a Emater vai executar no município de forma emergencial.
“Foi liberado recurso através do
Banco Mundial para financiar projetos para amenizar a situação da seca no
município. A maior parte destes projetos é de cunho ambiental”, revelou.
Segundo o representante da Emater,
o município sanfranciscano foi dividido em onze micro bacias e atualmente, a
Emater está trabalhando apenas com seis. “É necessários que os produtores se
reúnam em grupo para fazer a gestão destes projetos visando os recursos
financeiros”, disse.
Segundo Marcelo da Emater-Rio, os
projetos que podem ser financiados com recursos do Banco Mundial, são projetos
de proteção de nascentes, restauração de matas ciliares, implantação de
sistemas agroflorestal, construção de barragens, implantação de sistema para
armazenagem de água de chuvas e recuperação de açudes de pequeno porte. Os
produtores deve procurar a Emater, em Praça João Pessoa, em busca de mais
informações.
O representante do Comitê Baixo
Paraíba do Sul, João Siqueira, disse não entender o porquê que ainda não foi
decretado “estado de emergência” em São Francisco de Itabapoana com toda esta
crise de seca que assola o município.
“Recursos emergenciais poderiam vir
para ajudar amenizar a crise hídrica em São Francisco de Itabapoana”, disse.
O produtor rural Sergio Elias disse
que o problema hídrico está acontecendo em várias regiões do Brasil, mas
lembrou que em São Francisco de Itabapoana já vem de muito tempo. “É desde
quando o antigo DNOS drenou desordenadamente toda nossa região. Hoje, nós
pagamos caro por isso. Há 35 anos, já chamava atenção para o que está
acontecendo”, disse.
O produtor rural Rogerio
(Rogerinho) um dos organizadores do evento, ao final da reunião, agradeceu aos
produtores que ajudaram na realização do evento citando o presidente da Ampamac
Carlos Junior, Marcinho do Abacaxi,
Herval, Sergio, Luciano e concluiu dizendo do sucesso que foi a reunião. O
presidente da Ampamac, Carlos Junior, disse que será produzida uma ata da
reunião para encaminhar aos órgãos governamentais.
“Vamos organizar uma comissão de
produtores e aguardar o agendamento de uma reunião com o prefeito Pedrinho
Cherene, para levar até ele, tudo que foi debatido aqui, objetivando amenizar o
sofrimento dos produtores nesta crise de seca jamais vista em nosso município”,
concluiu
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