Na Canabrava, trabalhadores com salários atrasados ameaçaram
greve, mas Usina prometeu pagamento para os próximos dias. Para esta safra, cerca
de 65% da cana em São Francisco de Itabapoana foi perdida. Crise afeta outros
setores do agronegócio.
A Usina Canabrava, localizada próxima ao limite de Campos dos
Goytacazes com São Francisco de Itabapoana, admitiu dificuldades financeiras.
Esta semana um grupo de trabalhadores se mobilizou para reivindicar o pagamento
de salários, que estariam atrasados há dois meses. A empresa afirmou que o atraso
é apenas de um salário.
Trabalhadores se reuniram para reivindicar pagamento de salários atrasados |
Essa reunião foi confirmada pela Usina em Nota (veja
aqui) divulgada nesta quinta-feira, 07-05. Também uma fonte ligada aos trabalhadores
confirmou ao Blog que a reunião foi boa, os trabalhadores voltaram as
suas atividades, e que a promessa de pagar os salários fez cessar a paralisação.
Em entrevista ao Jornal São Francisco é Notícia desta
quinta-feira, na Rádio São Francisco FM, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de São Francisco de Itabapoana, Júnior Terra, disse que cerca
65% da safra de cana do município foi afetada e não atingiu um padrão de
produtividade, seja por baixo crescimento ou por reduzido índice de sacarose. “As
dificuldades são tantas que os produtores estão tendo dificuldades de adquirir
a muda da cana para refazer a plantação”, alerta Júnior.
Crise afeta também pecuária
Pastagens foram duramente afetadas em SFI |
“Pra se ter uma ideia da crise, cerca de 40 mil hectares
de pastagem simplesmente deixaram de existir em São Francisco”, destaca Júnior. A
estimativa da Secretaria Municipal de Agricultura é que o município perdeu com
a seca 45% do rebanho bovino, vendido para outras regiões, devido à falta de
pasto. Apesar da pressa em vender, Júnior considera que o gado pra corte, da
raça Nelore, foi vendido a um preço justo.
Entretanto a pecuária leiteira sofreu um baque. “As vacas
leiteiras são valorizadas e têm preço próprio, mas animais com alto valor
comercial foram vendidos na balança, o que é considerado uma desvalorização
muito grande”, aponta. A estimativa do presidente do Sindicado dos Produtores é
que à produção de leite em São Francisco caiu 60% com a atual crise.
Com esse cenário caótico em que atravessa a agropecuária regional
só resta apelar à união entre os municípios do Norte Fluminense e às
autoridades Estaduais e Federais. E esses esforços terão de ser contínuos, já
que a expectativa é que a Região leve alguns anos para se recuperar deste
momento ruim.
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