O sistema de saúde do Rio está
oficialmente em estado de emergência. A medida foi assinada na noite desta
quarta-feira (23) pelo governador, Luiz Fernando Pezão, após reunião com o
secretário de atenção à saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, que se
comprometeu a liberar um grande aporte de insumos para os hospitais estaduais,
a partir desta quinta-feira (24). O estado de emergência desburocratiza e
agiliza o repasse de recursos federais ao estado.
Pezão contabilizou que
receberá R$ 297 milhões, entre verbas do governo federal e um empréstimo de R$
100 milhões oferecido pela prefeitura do Rio. Ele avaliou que, dentro de uma
semana, o atendimento no sistema hospitalar do estado deverá estar normalizado.
“É o que eu espero e o que nós tratamos com as OS [Organizações Sociais, que
gerem os hospitais] e com os nossos colaboradores [funcionários], a quem
estamos priorizando em pagar a folha”, disse Pezão.
Beltrame explicou que, entre
os insumos doados, estão mais de 200 itens, incluindo materiais de uso intenso
nos hospitais, como esparadrapo, luva, gaze, próteses, cateteres e
medicamentos. Além disso, foram disponibilizados cerca de 1.500 leitos em
hospitais federais para receber pacientes que normalmente seriam atendidos na
rede estadual.
“Ao longo deste ano, temos
conversado com o governador Pezão. Esse diálogo nunca foi interrompido. Nós
estamos anunciando aqui medidas em função de uma crise que se agudizou nesses
últimos dias e a gente está dando uma resposta firme do governo federal, porque
a preocupação fundamental da presidenta Dilma é com as pessoas”, destacou o
secretário.
Referente a uma liminar
expedida nesta quarta-feira pelo Tribunal de Justiça, que obriga o governo do
Rio a investir 12% da receita em saúde, conforme previsto pela Constituição,
sob pena de multa de R$ 50 mil ao estado e multa pessoal de R$ 10 mil ao
próprio governador, Pezão disse que vai recorrer da medida. Ele alegou que está
fazendo de tudo para investir no setor, mas não há recursos, pois a economia
estadual, bastante dependente da exploração petrolífera, foi duramente atingida
pela redução no valor do barril de petróleo. “Vou recorrer sempre. O estado não
fabrica recursos, não tem banco, vive da arrecadação de impostos. Hoje, a
prioridade é pagar a saúde. Eu não preciso de liminar para aportar dinheiro na
saúde”. (Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário