Brasília – Os prefeitos que assumiram o cargo no início deste ano terão um desafio a cumprir até o fim do mandato, em 2016: universalizar a pré-escola. A matrícula de todas as crianças na faixa etária de 4 a 5 anos tornou-se obrigatória em 2009. O prazo final foi fixado para 2016 e a responsabilidade recai sobre os municípios aos quais cabe a educação infantil.
O desafio dos prefeitos será garantir vagas para as crianças
na rede pública. Alguns municípios, entretanto, não têm unidades suficientes e
precisarão construir novos prédios. Além disso, virão mais gastos com os
profissionais contratados e a manutenção das novas instalações.
Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Geografia e
Estatística (IBGE) indicam que, em 2010, havia 1.154.572 crianças na faixa de 4
a 5 anos fora da escola. A matrícula na pré-escola, no entanto, avançou na última década. Em 2000, 51,4% das
crianças nessa faixa etária tinham acesso à educação, patamar que saltou para
80,1% em 2010.
As prefeituras recebem apoio federal por meio do Programa
Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar
Pública de Educação Infantil (ProInfância). O objetivo é financiar a construção
de unidades de educação infantil para atender a crianças de até 5 anos, faixa
etária da creche à pré-escola.
Pelo programa, a prefeitura providencia o terreno e o
Ministério da Educação (MEC) financia a construção, os equipamentos e o
mobiliário. A meta do atual governo é construir 6 mil novas creches e
pré-escolas até 2016. Dados do MEC indicam que 742 unidades de educação
infantil foram entregues nos dois primeiros anos de gestão da presidenta Dilma
Rousseff e cerca de 5,6 mil estão em construção.
Mesmo assim, alguns gestores se preocupam com o custo da
manutenção. É o caso do prefeito de Cachoeira Grande, no Maranhão, Francivaldo
Souza. “Estamos construindo uma creche, mas, para fazer funcionar, temos que
ter a ajuda do governo federal. Não falo só nos equipamentos, mas também da
manutenção”, disse ele.
A secretária municipal de Educação de Colinas, no Tocantins,
Odaléa Sarmento, considera a meta ambiciosa e acredita que uma alternativa
seria apoiar a ampliação dos prédios municipais. “Os municípios têm prédios com
infraestrutura de escola de ensino fundamental. Temos que adaptar esses
ambientes para a educação infantil, para essa faixa etária”. Ela também defende
que o governo do estado assuma a responsabilidade pela etapa final do ensino
fundamental, para que os municípios concentrem esforços na educação infantil.
A inclusão do pré-escolar ocorreu por emenda à Constituição.
Antes da mudança, o ensino fundamental era a única fase escolar obrigatória no
Brasil. Desde então, o ensino passou a ser obrigatório dos 4 aos 17 anos,
abrangendo a pré-escola, o ensino fundamental e o médio.
Edição: Davi Oliveira (Ag. BR)
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